quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
KAREN HORNEY
FADIMAN, James e FRAGER Robert. Karen Horney e a psicanálise humanística. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição
Horney via a característica central da neurose como alienação do eu real por causa de forças opressivas no ambiente. P 153
Outra diferença importante entre Horney e Freud é que, enquanto para Freud as experiências decisivas da infância são relativamente poucas e em sua maioria de natureza sexual, para Horney o somatório das experiências da infância é responsável pelo desenvolvimento neurótico. As coisas dão errado em função de todos os eventos e indivíduos na cultura, nas relações com os pares e especialmente na família, que fazem a criança se sentir insegura, desamada e sem valor e que dão origem à ansiedade básica. P 153
Horney via a característica central da neurose como alienação do eu real por causa de forças opressivas no ambiente. P 153
As pessoas podem se realizar de diferentes maneiras sob diferentes condições, mas existem certas condições na infância de que todos necessitam para a auto-realização. Estas incluem “uma atmosfera de afetuosidade”. P 153-154
Quando suas próprias neuroses impedem os pais de amar a criança ou até de pensar “nela como o indivíduo particular que ela é”, a criança desenvolve um sentimento de ansiedade básica que a impede “de relacionar-se com os outros com a espontaneidade de seus sentimentos reais”, forçando-a a desenvolver estratégias defensivas (1950, p. 18) p 154
Segundo Horney, os indivíduos tentam lidar com sua ansiedade básica adotando uma solução de conformidade ou submissão, aproximando-se das pessoas, adotando uma solução agressiva ou expansiva, indo contra as pessoas, ou tornando-se indiferentes ou resignadas, afastando-se das pessoas. As pessoas saudáveis se conduzem de maneira apropriada e flexível em todas as três direções, mas no desenvolvimento neurótico estes movimentos se tornam compulsivos e indiscriminados. P 154
É a solução no qual o alheamento é a solução predominante (...). Eles lidam com um mundo ameaçador afastando-se de seu poder e excluindo os outros de suas vidas interiores. Para evitarem ser dependentes do ambiente, tentam subjugar seus anseios interiores e contentar-se com pouco.(...). Seu acordo é que se não pedirem nada aos outros, estes não os pertubarão; se não tentarem nada, não irão falhar; se esperarem pouco da vida, não irão se decepcionar. P 156
A neurose é uma perturbação não apenas de nossos relacionamentos com os outros, mas também de nosso relacionamento com nós mesmos. P 159
A libertação do eu real do vaivém do sistema de orgulho é, sugiro, um triunfo do comum (...). Simplesmente sendo ela mesma com todas as suas capacidades e falhas, uma pessoa compreende que não precisa ser extraordinária para ter valor. (Westkott, 1986, p. 211) p 159
A esperança de Horney é que os pacientes “sintam-se solidários” consigo mesmos e experimentem a si mesmos “como não sendo particularmente maravilhosos ou desprezíveis, mas como seres humanos lutadores e muitas vezes atormentados” que são (1950, p. 359) p 159
Os terapeutas podem ajudar seus pacientes a formular e esclarecer informações, mas os pacientes devem fornecê-las revelando-se a si mesmos. P 161
Para Horney, o objetivo da terapia é ajudar os pacientes a abandonarem suas defesas, aceitarem-se como são, e substituírem sua busca de glória por uma luta de auto-realização. P 161
Em The feminist legacy of Karen Horney (1986), Marcia Westkott explorou as implicações da teoria madura de Horney para a psicologia feminina, com capítulos sobre sexualização e desvalorização das mulheres e a dependência, cólera e alheamento que sentem como conseqüência. (...) “um contexto histórico em que as mulheres são menos valorizadas do que os homens” (WestKott, 1986, p. 2). Ela sugeriu que estes traços são reações defensivas à subordinação, desvalorização e impotência e que, por mais que pareçam indesejáveis do ponto de vista social, são desfavoráveis à auto-realização das mulheres. P 164
Horney duvidava que a infância pudesse ser acuradamente recuperada, uma vez que necessariamente a reconstruímos da perspectiva de nossas necessidades, crenças e defesas presentes. P 165
Ódio de si próprio. A raiva que o eu idealizado sente em relação ao eu que realmente somos por este não ser o que “deveria” ser. P 168