quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ERIK ERIKSON


FADIMAN, James e FRAGER Robert. Erik Erikson e o ciclo de vida. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição

O modelo dos estágios de desenvolvimento humano de Erkson – modelo por ele denominado epigenético – é a primeira teoria psicológica a descrever o ciclo de vida humano da infância à idade adulta e velhice. P 199

Epigênese sugere que cada elemento se desenvolve sobre as outras partes (epi significa “sobre” e gênese significa “surgimento”). P 199

O aparecimento de cada estágio sucessivo baseia-se no desenvolvimento do estágio anterior. P 199

Cada estágio se caracteriza por uma tarefa de desenvolvimento específica, ou crise, que deve ser resolvida para que o indivíduo avance para o estágio seguinte. As virtudes e capacidades desenvolvidas através da bem-sucedida resolução em cada estágio afetam toda a personalidade. Elas podem ser influenciadas por eventos posteriores ou anteriores. Entretanto, estas capacidades psicológicas geralmente são afetadas mais fortemente durante o estágio em que aparecem. P 199

Cada estágio é uma crise de aprendizagem, permitindo a realização de novas habilidades e atitudes. A crise pode não parecer dramática ou crítica; muitas vezes a pessoa só consegue ver posteriormente que um importante ponto de virada foi alcançado e ultrapassado. P 199

Erikson assinalou que a resolução bem-sucedida da crise em cada estágio de desenvolvimento humano promove uma certa virtude psicossocial. A palavra virtude é utilizada em seu sentido antigo, como na virtude de um medicamento. P 199

Os bebês controlam e criam os pais tanto quanto são controlados por eles (Erikson, 1963, p. 69) p 199

Quando os bebês começam a vida, eles desenvolvem um relativo senso de confiança e desconfiança no mundo a sua volta. Crucial para este equilíbrio entre segurança e insegurança é a experiência do bebê com a mãe. P 200

O senso de confiança se desenvolve não tanto com o alívio da fome ou com demonstração de amor mas com a qualidade da atenção materna. P 201
Um senso de autonomia se desenvolve com o senso de livre escolha. Ele é promovido pelo sentimento de ser capaz de escolher o que guardar e o que rejeitar. P 201

A nova liberdade e a afirmação de poder da criança quase inevitavelmente criam ansiedade. A criança desenvolve uma consciência, uma atitude parental que favorece a auto-observação, o autogoverno, e a punição de si própria. Neste estágio, a criança pode fazer mais do que nunca e precisa aprender a definir limites. P 202

O adulto já foi uma criança e um jovem. Ele jamais os será novamente; mas ele tampouco ficará sem a herança destas condições pregressas. (Erikson, 1987, p. 332) p 203

Quando termina a infância, os adolescentes entram neste estágio (...). Eles questionam os modelos de papel e as identificações da infância e experimentam novos paéis. A grande pergunta deste estágio é “Quem sou eu?”. Desenvolve-se um novo senso de identidade do ego. P 203

Dúvidas quanto à atratividade sexual e identidade sexual também são comuns. A incapacidade de “segurar” e desenvolver um sentimento de identidade com um indivíduo ou modelo de papel cultural que ofereça inspiração e orientação pode provocar um período de atrapalhação e insegurança. Outra reação comum é a identificação excessiva (ao ponto de aparentemente perder a identidade) com heróis da cultura jovem ou com líderes de grupos fechados. A pessoa muitas vezes sente-se isolada, vazia, ansiosa ou indecisa. Com a pressão para tomar importantes decisões de vida, o adolescente sente-se incapaz de tomá-las e até resiste a isso. P 204

Intimidade versus isolamento. Este estágio geralmente ocorre no início da idade adulta. É a época de adquirir um senso de independência dos pais e da escola, de estabelecer amizades e relacionamentos íntimos e de desenvolver a noção de responsabilidade adulta. P 204

Somente depois de termos estabelecido um senso relativamente estável de identidade é que podemos desenvolver um relacionamento próximo e significativo com outra pessoa. P 204

Integridade versus desespero. O estágio final da vida chega com a velhice. (...). Se não adquirimos uma medida de auto-aceitação, tendemos a mergulhar no desespero com o sentimento de que o tempo é curto- curto demais para recomeçar. Aqueles que terminam em desespero podem ficar amargurados com o que poderia ter sido, constantemente lamentando-se. P 205

A virtude da sabedoria se desenvolve a partir dos encontros tanto com a integridade quanto com o desespero, à medida que o indivíduo é confrontado com preocupações fundamentais. (...). A sabedoria mantém a integridade do conhecimento e experiência que o indivíduo acumulou. P 206