tag:blogger.com,1999:blog-90572258475966912132024-03-21T01:33:26.273-03:00PSICOLOGIA e FILOSOFIA - Fundamentos da personalidade.Esta página pertence ao Tenente Menezes, da reserva remunerada do Exército Brasileiro, e tem por finalidade divulgar alguns fundamentos da Psicologia e da Filosofia, abordando, em FICHAMENTOS, os principais aspectos das teorias de alguns renomados psicólogos e filósofos do mundo ocidental.TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-36424637291206305092011-01-10T19:08:00.001-02:002011-01-10T19:10:38.013-02:00Mudanças no cérebro explicam porque adolescentes não têm medo<p><strong>Terra / AFP</strong> - O cérebro sofre mudanças na adolescência que suprimem os medos aprendidos na infância, revelou um estudo divulgado esta segunda-feira e que pode explicar porque os adolescentes parecem tão destemidos para seus pais. </p><p>Quando os cientistas compararam a forma com que um rato jovem reage ao medo, com respeito à reação de ratos ainda mais jovens ou mais velhos, os cientistas descobriram que os adolescentes não paralisam na mesma medida e que suprimem suas reações ao medo contextual.</p><p>Um exame da atividade cerebral em ratos adolescentes demonstraram que as duas áreas do cérebro associadas ao processamento de experiências de medo - a amígdala basal e o hipocampo - tinham menos atividade. </p><p>Não se trata de que os ratos adolescentes não tenham conseguido aprender a ter medo, mas seus cérebros não enviavam os mesmos sinais que os ratos adultos ou as crianças.</p><p>"Quando os ratos começam a transição para a adolescência, ocorre uma supressão do medo contextual e da atividade sináptica associada", destacou o estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.</p><p>Embora possa ser cansativo para os pais, a resposta destemida pode ser útil porque acontece em um momento em que os adolescentes estão explorando e pondo à prova os limites de sua independência, o que não poderiam fazer caso se sentissem de medo.</p><p>"De uma perspectiva evolutiva, uma supressão temporária do medo contextual durante a adolescência pode ser altamente adaptativa, pois se produz justamente quando o rato adota condutas exploratórias para sair do ninho", ressaltou o estudo. <a href="http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4882610-EI294,00-Mudancas+no+cerebro+explicam+porque+adolescentes+nao+tem+medo.html">http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4882610-EI294,00-Mudancas+no+cerebro+explicam+porque+adolescentes+nao+tem+medo.html</a><br /></p>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-52400551107598483452010-12-29T11:33:00.006-02:002010-12-29T12:24:12.758-02:00A idade e a felicidade - o U-dobre de vida ........... (tradução feita pelo Google Tradutor)<strong>THE ECONOMIST</strong> - Porque, além da idade média, as pessoas ficam mais felizes à medida que envelhecem. as pessoas perguntam como eles se sentem sobre a envelhecer, e que provavelmente irá responder na mesma veia como Maurice Chevalier: "A velhice não é tão ruim quando você considera as alternativas." enrijecimento das articulações, enfraquecimento dos músculos, desaparecendo da visão e da turvação da memória , juntamente com desprezo descuidado do mundo moderno para o velho, parece um terrível perspectiva-melhor do que a morte, talvez, mas não muito. No entanto, a humanidade está errado ao envelhecimento pavor. A vida não é um longo e lento declínio das terras altas iluminado para o vale da morte. É, sim, uma U-curva.<br /><p>Quando as pessoas começam a vida adulta, elas são, em média, muito alegre. As coisas vão descer da juventude à idade média até atingir um nadir vulgarmente conhecida como a crise da meia idade. Tão longe, tão familiar. A parte surpreendente acontece depois disso. Embora, como as pessoas se movem em direção a velhice perdem coisas que a vitalidade do tesouro, a agudeza mental e espera-se também obter o que as pessoas passam a vida buscando: felicidade. </p><p>Este achado curioso emergiu a partir de um novo ramo da economia que busca uma medida mais satisfatória do que o dinheiro do bem-estar humano. A teoria econômica convencional usa o dinheiro como um substituto para a maneira de utilidade o desânimo em que a disciplina fala sobre a felicidade. Mas alguns economistas, convencidos de que existe uma relação direta entre o dinheiro eo bem-estar, decidiram ir ao cerne da questão e medir a própria felicidade. </p><p>Essas idéias penetraram na arena política, a partir de Butão, onde o conceito de Felicidade Nacional Bruta formas do processo de planejamento. Todas as novas políticas têm que ter uma avaliação da FIB, semelhante à avaliação do impacto ambiental comum em outros países. Em 2008 o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu a dois economistas do prêmio Nobel de prêmios, Amartya Sen e Joseph Stiglitz, para chegar a uma medida mais ampla de contentamento que o PIB nacional. No mês passado, em um gesto piegas não é típica da Grã-Bretanha, David Cameron, anunciou que o governo britânico iria começar a recolher dados sobre o bem-estar. </p><p>Há já uma série de dados coletados sobre o assunto, por exemplo, o General Social Survey dos Estados Unidos, o Eurobarômetro e Gallup. Pesquisas pedir dois tipos principais de questão. Uma avaliação preocupações das pessoas sobre suas vidas, e os outros como eles se sentem em um determinado momento. A primeira segue as linhas de: pensar sobre a sua vida como um todo, como você se sente? O segundo é algo como: ontem, fez você se sentir feliz / contente / zangado / ansioso? O primeiro tipo de questão é dito para medir bem-estar global, eo segundo hedônicos ou bem-estar emocional. Eles nem sempre provocam a mesma resposta: ter filhos, por exemplo, tende a tornar as pessoas se sentir melhor sobre sua vida como um todo, mas também aumenta a chance de que eles sentiram ontem irritado ou ansioso. </p><p>Estatísticos de arrasto através da vasta quantidade de dados dessas pesquisas produzir sim como mineiros garimpar ouro. Eles estão tentando encontrar a resposta à eterna questão: o que faz as pessoas felizes? </p><p>Quatro fatores principais, ao que parece: sexo, personalidade, circunstâncias externas e idade. As mulheres, em geral, são ligeiramente mais felizes que os homens. Mas eles também são mais suscetíveis à depressão: um quinto a um quarto das mulheres experimentam a depressão em algum momento de suas vidas, em comparação com cerca de um décimo dos homens. O que sugere que ou as mulheres são mais propensas a experimentar emoções mais extremas, ou que algumas mulheres são mais infelizes que os homens, enquanto a maioria está mais alegre. </p><p>Dois traços de personalidade brilhar através da complexidade das análises dos economistas de regressão: neuroticismo e extroversão. Pessoas neuróticas, aqueles que são propensos à raiva, culpa e ansiedade tendem a ser infeliz. Isso é mais do que uma observação tautológica sobre o humor de pessoas, quando questionado sobre seus sentimentos por pesquisadores ou economistas. Estudos seguintes pessoas ao longo dos anos têm demonstrado que o neuroticismo é um traço de personalidade estável e um bom preditor de níveis de felicidade. Pessoas neuróticas não são apenas propensa a sentimentos negativos: eles também tendem a ter baixa inteligência emocional, que lhes faz mal na formação ou gestão de relacionamentos, e que por sua vez, os torna infelizes. </p><p>Considerando que o neuroticismo tende a fazer para os tipos de sombrio, extroversão faz o oposto. Aqueles que gostam de trabalhar em equipe e gosto que as partes tendem a ser mais felizes do que aqueles que fechou suas portas do escritório durante o dia e se refugiem em casa à noite. Esse traço de personalidade podem ajudar a explicar algumas diferenças inter-cultural: um estudo comparando grupos semelhantes de povos britânicos, chineses e japoneses descobriram que os britânicos eram, em média, tanto mais extrovertido e mais felizes do que os chineses e japoneses.</p><p>Depois, há o papel das circunstâncias. Todos os tipos de coisas na vida das pessoas, tais como relacionamentos, renda, educação e saúde, moldam a maneira como eles se sentem. Ser casado dá às pessoas uma elevação considerável, mas não tão grande quanto a tristeza que brota do estar desempregado. Nos Estados Unidos, sendo usados negro a ser associado com baixos níveis de felicidade, embora os dados mais recentes sugerem que ser negro ou latino-americano é hoje associada a uma maior felicidade. Pessoas com crianças em casa são menos felizes do que aqueles sem. Mais pessoas educadas são mais felizes, mas esse efeito desaparece quando a renda é controlada. Educação, em outras palavras, parece tornar as pessoas felizes, pois torna mais rica. E as pessoas ricas são mais felizes que os pobres, embora o quanto é uma fonte de argumento.</p><p><strong>A vista do inverno </strong></p><p>Por último, é a idade. Pergunte a um grupo de 30 anos de idade e outro de 70 anos de idade (como Peter Ubel, da Sanford School of Public Policy da Universidade Duke, fez com dois colegas, Heather Lacey e Dylan Smith, em 2006) a qual grupo eles acho que é susceptível de ser feliz, e ambos os lotes apontam para a 30 anos. Peça-lhes para votar o seu próprio bem-estar, e os 70 anos de idade são os mais felizes do cacho. Os acadêmicos citados letras escritas por Pete Townshend, do The Who, quando ele tinha 20 anos: "As coisas que eles fazem parecem terrivelmente frio / Espero morrer antes de ficar velho". Eles apontaram que o senhor Townshend, tendo passado o seu aniversário de 60 anos, estava escrevendo um blog que brilhava com bom humor. </p><p>Sr. Townshend pode ter pensado em si mesmo como um radical juvenil, mas essa visão é antiga e convencional. O "sete idades do homem", a imagem dominante do curso de vida nas 16 e 17 séculos era quase invariavelmente concebida como um aumento na estatura e contentamento para a meia-idade, seguido por um declínio acentuado em direção ao túmulo. "Alguns de nós percebeu o U-dobre no início de 1990", afirma Andrew Oswald, professor de economia da Warwick Business School. "Fizemos uma conferência sobre isso, mas ninguém veio".</p><p>Desde então, o interesse no U-bend tem sido crescente. Seu efeito sobre a felicidade é significativa, cerca da metade, desde o limiar da idade média para o pico de idosos, como a do desemprego. David Blanchflower, professor de economia do Dartmouth College, e do Sr. Oswald olhou para os números relativos a 72 países. O limiar varia entre os países-ucranianos, no topo da escala, são em sua maioria miserável em 62, e Suíça, no fundo, aos 35, mas na grande maioria dos países as pessoas são infelizes em sua na casa dos 40 e início 50. A média global é de 46.</p><p>O U-bend aparece nos estudos não só de bem-estar global, mas também de hedônicos ou bem-estar emocional. Um estudo, publicado este ano pela Arthur Stone, Joseph Schwartz e Joan Broderick da Stony Brook University, e Angus Deaton, de Princeton, quebras de bem-estar para baixo em sentimentos positivos e negativos e olha como a experiência dessas emoções varia ao longo da vida. Prazer e felicidade mergulho na meia-idade, em seguida, pegar, sobe o estresse durante o início dos anos 20, depois cai bruscamente; picos preocupar na meia-idade, e depois cai bruscamente; declina raiva ao longo da vida; tristeza surge um pouco na meia-idade, e cai em seguida. </p><p>Vire a questão de cabeça para baixo, eo padrão ainda aparece. When the British Labour Quando os britânicos Inquérito ao Emprego pergunta às pessoas se elas estão deprimidas, o U-curva torna-se um arco, com picos de 46. </p><p><strong>Mais felizes, não importa o que </strong></p><p>Há sempre a possibilidade de que as variações não são o resultado de mudanças durante o curso de vida, mas das diferenças entre os grupos. Um europeu de 70 anos de idade podem sentir-se diferente de 30 anos, não porque ele é mais velho, mas porque ele cresceu durante a segunda guerra mundial e foi, assim, formado por diferentes experiências. Mas o acúmulo de dados prejudica a idéia de um efeito de coorte. Americanos e zimbabueanos não ter sido formado por experiências semelhantes, mas o U-bend aparece em ambos os países. E se um efeito de coorte foram responsáveis, o U-bend não aparecer de forma consistente em pena de 40 anos de dados.</p><p>Outra explicação possível é que as pessoas infelizes morrem cedo. É difícil determinar se isso é verdade ou não, mas, dado que a morte de meia-idade é bastante raro, isso explicaria apenas um pouco do fenômeno. Talvez o U-bend é apenas uma expressão do efeito das condições externas. Afinal, fatores comuns afetam as pessoas em diferentes fases do ciclo de vida. Pessoas na faixa dos 40, por exemplo, geralmente têm filhos adolescentes. Poderia a miséria da meia-idade é a consequência de compartilhar espaço com adolescentes com raiva? E as pessoas mais velhas tendem a ser mais ricas. Poderia ser o seu contentamento em relação ao resultado de suas pilhas de dinheiro? </p><p>A resposta, ao que parece, não é: controle de caixa, situação de emprego e as crianças, e os U-bend ainda está lá. Assim, a felicidade que segue crescendo miséria de meia-idade deve ser o resultado não de circunstâncias externas, mas de mudanças internas. </p><p>As pessoas, os estudos mostram, se comportam de maneira diferente em diferentes idades. As pessoas idosas têm menos linhas e chegar a melhores soluções para o conflito. Eles são melhores a controlar as suas emoções, melhor aceitar a infelicidade e menos propenso a raiva. Em um estudo, por exemplo, os indivíduos foram convidados a ouvir gravações de pessoas supostamente depreciativa dizendo coisas sobre elas. "Idosos e pessoas mais jovens eram igualmente tristes, mas as pessoas mais velhas menos irritado e menos inclinados a julgar, tendo em vista, como alguém disse, que "não se pode agradar a todas as pessoas o tempo todo."</p><p>Há várias teorias sobre por que isso possa ser assim. Laura Carstensen, professor de psicologia na Universidade de Stanford, fala de "a capacidade exclusivamente humana de reconhecer nossa própria mortalidade e acompanhar os nossos horizontes próprio tempo". Porque os antigos sabem que estão mais perto da morte, diz ela, que crescem melhor em que vivem para o presente. Eles vêm para se concentrar nas coisas que importa agora, como sentimentos e menos com metas de longo prazo. "Quando os jovens olhar para as pessoas mais velhas, que pensam como deve ser terrível estar chegando ao fim de sua vida. Mas as pessoas mais velhas sabem que mais importa. "Por exemplo, ela diz," os jovens vão a festas, porque eles podem conhecer alguém que vai ser útil para eles no futuro, embora ninguém que eu conheça realmente gosta de ir à festas. " </p><p><strong>Morte de ambição, o nascimento de aceitação </strong></p><p>Há outras explicações possíveis. Talvez a visão de contemporâneos soçobrando sobreviventes infunde com a determinação de tirar o máximo partido dos seus anos restantes. Talvez as pessoas passaram a aceitar os seus pontos fortes e fracos, desista esperança de se tornar chefe-executivo ou ter uma imagem mostrada na Royal Academy, e aprender a ser satisfeitas como assistente de gerente de filial, com as suas aguarelas em exposição na festa da igreja. "Ser uma solteirona", diz um dos personagens de uma história de Edna Ferber, um escritor (solteiro) norte-americano, era "como a morte por afogamento, uma sensação muito agradável quando você deixou de lutar." Talvez a aceitação do envelhecimento em si é um fonte de alívio. "Como é agradável o dia", observou William James, filósofo norte-americano, "quando nós desistimos de tentar ser jovens-finos". </p><p>Independentemente das causas do U-bend, tem consequências para além do emocional. A felicidade não é apenas fazer as pessoas felizes, mas também torna-los mais saudáveis. John Weinman, professor de Psiquiatria do King's College London, monitorou o nível de estresse de um grupo de voluntários e, em seguida, as pequenas feridas infligidas sobre eles. As feridas de menos estressados curado duas vezes mais rápido que os dos mais estressados. Na Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, Sheldon Cohen pessoas infectadas com o vírus do resfriado e da gripe. Ele descobriu que os tipos mais felizes eram menos propensos a contrair o vírus, e mostraram menos sintomas da doença, quando eles fizeram. Assim, embora os idosos tendem a ser menos saudáveis do que os mais jovens, a alegria pode ajudar a neutralizar suas crumbliness.</p><p>As pessoas mais felizes são mais produtivos, também. Sr. Oswald e dois colegas, Eugenio Proto e Daniel Sgroi, se animou um grupo de voluntários, mostrando-lhes um filme engraçado, em seguida, definir os testes de capacidade mental e comparou seu desempenho para grupos que tinham visto um filme neutro, ou nenhum filme em tudo. Os que tinham visto o filme engraçado realizado 12% melhor. Isto leva a duas conclusões. Primeiro, se você estiver indo para ser voluntário de um estudo, escolha "experiência e não a psicólogos ou psiquiatras, os economistas". Em segundo lugar, a alegria dos velhos devem ajudar a combater a perda de produtividade através da diminuição habilidades cognitivas, um ponto vale a pena lembrar como o mundo funciona como lidar com o envelhecimento da população activa. </p><p>O envelhecimento do mundo rico é normalmente visto como um fardo para a economia e um problema a ser resolvido. O U-bend defende uma visão mais positiva da questão. O mundo fica mais cinza, mais clara ela se torna, uma perspectiva que devem ser especialmente encorajador aos leitores Economist (idade média 47). <a href="http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.economist.com/node/17722567">http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.economist.com/node/17722567</a> </p>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-34826923652513228402010-11-20T07:28:00.001-02:002010-11-20T07:30:46.811-02:00Ritmo da tecnologia é decisivo para formar a personalidade da geração Z<p><strong>G1 / Jornal da Globo / Fábio Turci</strong> - O mundo desses jovens, nascidos em meados de 1990, sempre teve internet, e-mail, celular, e, a toda hora, aparece uma novidade. A tecnologia também molda uma geração em que a comunicação é instantânea e nem sempre depende do olho no olho.<br /><br />“Lerdeza”, diz Marco Briani, 17 anos, quando perguntado sobre o que o deixa impaciente. Parece aquela impaciência da geração Y? Mas é pior. “Pessoas que fazem tudo muito devagar ou que demoram para entender uma coisa me causam irritação extrema”, completa Marco.<br /><br />Uma nova leva de jovens chama a atenção de educadores e especialistas em recursos humanos. Eles ainda não chegaram à universidade, mas já demonstram que vão ter um comportamento diferente no mercado de trabalho. Os dias de caçula da geração Y vão acabar. Vem aí a geração Z.<br /><br />“Eu acho que o que tira a paciência dele é quando ele não consegue rapidamente o que ele precisa, o que ele quer, de mim ou de alguma situação. Porque não é a internet, não é o computador, que, ‘tuf’, já está lá”, diz Sandra Mara Azevedo, mãe de Marco. “Mas se é agora é agora!”, replica Marco. “Tá vendo? Quando é agora, é agora. Só que o seu agora às vezes é um pouco agora demais, entendeu?”, completa Sandra.<br /><br />“A nossa geração é muito rápida, internet e tudo mais, então a gente quer tudo com muita ansiedade”, afirma Mariana Matheus, 17 anos.<br /><br />Na linha do tempo, a geração Z nasceu a partir de meados dos anos 90. O mundo desses jovens sempre teve internet, e-mail, celular, e, a toda hora, aparece uma novidade. O ritmo ditado pela tecnologia é decisivo para formar a personalidade da geração Z.<br /><br />“Essa geração atual não compreende a si mesma, a geração Z, sem que haja digitalização do mundo, das relações, da vida. Ela não se compreende e não compreende a vida fora disso”, diz o educador Mário Sérgio Cortella.<br /><br />“Às vezes, é o computador ligado, conversa, jogo, música, o celular do lado, a TVA ligada, essas coisas todas, e você vai prestando atenção em tudo que está acontecendo”, explica Rodrigo Lavorato, 17 anos.<br /><br />“Um menino entra hoje na empresa como um trainee e ele acha que, se em 2 anos, ele não for um dos diretores, ele é um fracassado, se ele é da geração Y. Ele não tem ideia de tempo, de maturação de carreira. A geração Z agudiza essa situação”, afirma Cortella.<br /><br />A tecnologia também molda uma geração em que a comunicação é instantânea e nem sempre depende do olho no olho. Parece contraditório, mas eles se comunicam tanto que ficam isolados na própria casa.<br /><br />“Sabe que eu levei ele no otorrino, porque achava que ele tinha problema de surdez? Porque eu abria a porta do quarto, falava com ele, na quarta, na quinta vez, quando eu estava berrando, é que ele me respondia. Aí o otorrino falou que o ouvido dele é seletivo, ele só ouve o que ele quer. Mãe acho que não é uma coisa que ele gosta muito de ouvir”, diz Sandra, sobre o filho Marco.<br /><br />“A gente fica menos na sala. A sala não é mais um lugar de convívio da família e eles vão para os seus quartos, mas a gente não pode dizer que eles fizeram isso sozinho. Os seus pais ajudaram a educar dessa forma”, afirma Eline Kullock, presidente do Grupo Foco.<br /><br />“A maioria das famílias não acompanha esses adolescentes. Eles ficam sozinhos porque os pais trabalham. Dessa forma, eles estão acostumados a ficar com eles mesmos, independentes, a fazer as coisas do jeito que eles querem e quando eles querem. Então, no momento que eles têm que dividir, isso se torna muito difícil”, diz a professora Desirée Azevedo.<br /><br />É uma geração conhecida como individualista. Pensando no futuro, esses jovens podem ter muita dificuldade de trabalhar em equipe. E tanto o trabalho em equipe quanto a paciência essa geração precisa cultivar. Quando chegar nas empresas, ela vai ter que se acostumar a ajudar os mais velhos com a tecnologia, como acontece em casa. E já imaginou tratar um colega ou um chefe assim?<br /><br />“Tentei ensinar minha avó uma vez. Não deu certo. Porque ela não conseguia nem mexer no mouse. Ela não conseguia entender como o mouse se movia na tela. Ela não conseguia. Fiquei dois minutos e desisti. Falei ‘Vó, vai cozinhar’”, diz a estudante Andrea Teixeira.<br /><br />A geração Z há de ter o seu lugar, assim como as outras. Os baby boomers, experientes e que vestem a camisa da empresa. A geração X, mais dedicada ao trabalho, e que combina um pouco da experiência dos mais velhos com o pique dos mais novos. E a geração Y, cheia de ideias, de energia, de capacidade para inovar.<br /><br />“Essas gerações que convivem podem ter uma relação de aprendizado ou podem ter uma relação de rejeição. Essa mescla de gerações oferece um aumento de repertório para soluções. Empresas inteligentes mesclam gerações nos projetos, nas equipes, para obter aumento de repertório e, portanto, de arsenal de respostas”, conclui Cortella.<br /><br />Respeitadas as habilidades de cada uma, todas as gerações têm o seu espaço. “Se eu tiver que alocar pessoas numa função de planejamento, eu diria que esse é o baby boomer. Para definir orçamentos, quanto vai custar, eu diria que são os práticos da geração X. Esses vão saber alocar recursos muito bem. Para partir para ação, eu diria a geração Y, que é mais imediatista, não quer planejar, quer sair na rua vendendo, criando. Então, se a gente puder fazer esse círculo, todas elas vão se complementar muito bem”, diz Eline.<br /><br />“É uma troca, entendeu? Eu sempre tive facilidade, sempre busquei retirar o melhor das pessoas mais velhas porque eles têm sabedoria”, explica Júlia Rizzi, estudante. <a href="http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/11/ritmo-da-tecnologia-e-decisivo-para-formar-personalidade-da-geracao-z.html">http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/11/ritmo-da-tecnologia-e-decisivo-para-formar-personalidade-da-geracao-z.html</a> </p>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-70047294110857701612010-08-22T15:09:00.000-03:002010-08-22T15:10:34.698-03:00Cérebro de introvertidos mostra os motivos de seu isolamento<strong>Jornal do Brasil / Terra</strong> - Análises do cérebro de pessoas introvertidas podem explicar o porquê delas preferirem se isolar do convívio social, segundo estudo de pesquisadores do Instituto Salk de Ciências Biológicas, da Califórnia, Estados Unidos. A pesquisa foi apresentada na Convenção Anual da Associação de Psicologia dos EUA. As informações são do site LiveScience.<br /><br />O estudo mostra que o cérebro dos introvertidos parece não distinguir objetos inanimados e faces humanas. Já o cérebro de pessoas extrovetidas presta mais atenção nas expressões do rosto humano e isso traz mais compreensão de sentimentos e percepção sobre como a pessoa é. O objetivo é ajudar a descobrir as escolhas de pessoas mais tímidas, como evitar conviver com outras pessoas e preferir ler um livro, por exemplo, nos casos mais extremos de introversão.<br /><br />A questão da personalidade é abordada no estudo na busca da compreensão da possibilidade de que diferenças neurológicas no cérebro podem mudar o indivíduo e suas atitudes. "É mais um passo para provar que personalidade não é uma questão apenas psicológica", afirmou ao LiveScience Inna Fishman, pesquisadora do Instituto.<br /><br />Pesquisas anteriores haviam mostrado que pessoas extrovertidas tendem a aceitar mais desafios, experiências novas e ter mais sentimentos positivos. Porém, nenhum estudo havia descoberto o motivo de extrovertidos perceberem quem é seu igual por observação de expressão.<br /><br />28 pessoas foram analisadas. Dentre elas, personalidades que variavam de introvetidos até muito extrovertidos. As atividades cerebrais de cada um foram gravadas por um técnica conhecida por Eletroencefalografia, com eletrodos colocados nas cabeças dos participantes. Depois, foram analisadas mudanças nas atividades cerebrais conhecidas como P300. Tais atividades podem ser percebidas em mudanças repentinas nas atividades que exigem percepção.<br /><br />Para conseguir estudar as diferenças no P300, foram mostradas séries de imagens idênticas com entrada repentina de uma imagem diferente. Em determinado momento, foram usadas faces de homens, com a face de uma mulher aparecendo repentinamente. Logo após, imagens de flores amarelas, mudando para um flor roxa. Os extrovertidos reagiam à mudança de rosto mais facilmente. Já os introvetidos agiam da mesma maneira tanto com humanos, tanto com flores, com certa indiferença.<br /><br />"Isso mostra como introvertidos podem não ligar para relações pessoais. Agem como se nada tivesse mudado, não reparam em mudanças nas expressões humanas. O cérebro de um introvertido age da mesma maneira para com interações entre humanos e entre um humano e um objeto", completou Fishman.<br /><br />FONTE: <a href="http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/08/22/e220810047.asp">http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/08/22/e220810047.asp</a>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-26584803985958495592010-05-25T19:10:00.001-03:002010-05-25T19:13:16.858-03:00Jovens se sentem mais sós que idosos, diz pesquisa britânica<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">G1 - Uma pesquisa feita na Grã-Bretanha revela que jovens se sentem mais solitários do que adultos com mais de 55 anos. O levantamento, intitulado The Lonely Society (em tradução literal, a sociedade solitária), foi feito com 2.256 participantes. Quase 60% dos ouvidos com idades entre 18 e 34 anos disseram que sentem solidão com frequência ou às vezes. O número cai para 35% entre entrevistados com 55 anos ou mais. A pesquisa revela também que a tecnologia pode acentuar o isolamento, mas também oferece meios de conectar as pessoas sem precedentes na história. Quase terço dos jovens entrevistados disseram que passam tempo demais se comunicando com a família online quando na verdade deveriam encontrá-los em pessoa. O impacto biológico dessa ausência de contato pessoal não está claro.<br /><br /><strong>Interpretação de solidão</strong><br />O estudo destaca o fato de que a proporção de pessoas vivendo sozinhas na Grã-Bretanha dobrou entre 1972 e 2008. De acordo com a Mental Health Foundation, entidade britânica que encomendou a pesquisa, em geral um décimo da população da Grã-Bretanha sente solidão com frequência. A organização indica o declínio na vida comunitária e o foco cada vez maior no trabalho como possíveis explicações para o problema. É possível, porém, que pessoas de idades diversas tenham interpretações distintas do que seja solidão. Além disso, a pesquisa não faz distinções entre depoimentos de pessoas com 55 anos vivendo vidas ativas e desfrutando da aposentadoria e os relatos de octogenários que vivem sozinhos e tem saúde frágil. O relatório também constatou variações de acordo com o sexo do entrevistado. Mais mulheres disseram sentir solidão do que homens. As mulheres também apresentaram maior tendência a sentir-se deprimidas como resultado disso.<br /><br /><strong>'Vilas Urbanas'<br /></strong>"Os jovens com quem trabalhamos frequentemente nos dizem que falar com centenas de pessoas em sites de relacionamento não é como ter um relacionamento real e que quando usam esses sites frequentemente estão sozinhos em seus quartos", disse a diretora da entidade beneficente britânica YoungMinds, Sarah Brennan, comentando a pesquisa. "A solidão é um problema grande que precisamos começar a resolver. Nos últimos anos, nossas comunidades foram se desintegrando." "Precisamos criar condições para que esses relacionamentos voltem a existir e investir no bem-estar dos nossos jovens para que tenham algum lugar para ir ou alguém a quem procurar quando sentirem solidão." O relatório sugere, no entanto, que a solidão pode ser evitada mesmo quando se vive sozinho na cidade grande. "Por exemplo, em Manhattan, Nova York, 50% dos lares são habitados por uma única pessoa", dizem os autores do estudo. "Ainda assim, o modelo de 'vila urbana' permite redes sociais porque as pessoas usam lugares alternativos para se encontrar, como cafés e espaços públicos." </span><a href="http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/jovens-se-sentem-mais-sos-que-idosos-diz-pesquisa-britanica.html"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/jovens-se-sentem-mais-sos-que-idosos-diz-pesquisa-britanica.html</span></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-21175030552690712272010-01-02T08:14:00.001-02:002010-01-02T08:16:01.434-02:00Transtornos mentais poderiam ser prevenidos na juventude<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">UOL - Um artigo publicado por Mary Evans, da Academia Americana de Enfermagem, no Journal of Child and Adolescent Psychiatric Nursing, faz um exame detalhado dos dados colhidos em uma pesquisa feita pelo governo americano sobre transtornos mentais em jovens americanos. A pesquisa mostrou que metade dos adultos com transtornos mentais disseram já ter manifestado os sintomas durante a adolescência. Após uma análise dos dados, Evans indica que programas de assistência psicológica montados em escolas, comunidades e centros médicos da rede pública poderiam contribuir para a identificação de pacientes e tratamento precoce. O artigo sugere que há problemas que poderiam ser facilmente identificados devido à ampla bibliografia disponível aos profissionais de todas as áreas da educação, enfermagem e saúde, como por exemplo determinados padrões de comportamento ligados à depressão. Outros fatores não-específicos também são potenciais desencadeadores de transtornos, como pobreza, conflitos de relacionamento, morar em bairros violentos etc. Um fator chave para identificar os transtornos são os comportamentos violentos. Capacitar os pais para prevenir comportamentos agressivos e anti-sociais poderia ser uma opção. Além disso, outros transtornos como esquizofrenia e depressão também poderiam ser facilmente identificados. Tratamentos envolvendo terapias cognitivas poderiam contribuir para diminuir o número de futuros problemas na população adulta, diz Evans. </span><a href="http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/01/02/transtornos-mentais-poderiam-ser-prevenidos-na-juventude/"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/01/02/transtornos-mentais-poderiam-ser-prevenidos-na-juventude/</span></a><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"> ___________________________________________________________________________________________________ <strong><em>(palavras minhas: .... na fase da adolescência, o jovem busca uma nova identidade, e as circunstâncias e os contextos que estão em sua volta interferem demasiadamente na formação da sua personalidade. Ambientes nocivos à saúde, como locais muito pobres ou violentos, ou ainda, lares onde haja a ausência costumeira dos pais, ou onde impere a violência doméstica, devem ser evitados para prevenir transtornos mentais na fase adulta... O ideal é que o jovem cresça em ambientes seguros, onde ele tenha a presença constante e participativa dos pais e esteja afastado de quaisquer lugares onde imperem a violência e os comportamentos agressivos.) </em></strong></span></span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-47317292749604112942009-11-08T12:53:00.002-02:002009-11-08T13:09:48.857-02:00A arte de decidir<p><strong><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Os trechos abaixo, que se referem à arte de decidir, foram extraídos de um artigo publicado na Revista Isto É (edição 2087/artigo155635-6). É muito interessante, .... leia:</span></strong></p><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;"> </span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> - Todos os rumos de nossas vidas são definidos por decisões. Não passamos um dia sequer sem fazer escolhas, das mais simples, como que roupa vestir, às mais complexas. Casar ou não casar? Mudar de emprego ou não? Morar em outro país ou ficar onde está? Aguentar firme ou jogar tudo para o alto? Decidir pode influenciar não só os caminhos de quem escolhe, mas também dos que estão próximos ou dependem, de alguma maneira, daquele que deseja fazer modificações pessoais e profissionais. Não é fácil. Pode ser, inclusive, doloroso. (....). Uma das novidades mais recentes sobre a tomada de decisão vem de um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que, durante o sono, os neurônios fazem novas conexões cerebrais, estimulando a solução de problemas. (....). A pessoa encontra uma saída melhor para a dúvida se parar de pensar nela exaustivamente. Dormir é o descanso ideal para o cérebro ativar a criatividade na fase REM (sigla em inglês para o movimento rápido dos olhos). Ela acontece depois dos sonhos. Nesse período, a questão permanece na mente, mas livre de preconceitos que acabam influenciando as decisões quando estamos acordados. "Esse estudo reforça outros trabalhos", disse à ISTOÉ o psicólogo americano John M. Grohol, um dos entusiastas da tese. "Já existiam evidências de que, quanto mais pensamos sobre um assunto, pior a decisão tomada. No sono, o inconsciente trabalha sem teorias preconcebidas." (....). Mas uma boa noite de sono sozinha não faz milagres. Há obstáculos a serem vencidos para que as escolhas sejam equilibradas. Entre eles, está o medo de perder vantagens. "Os pensamentos confusos que limitam as decisões têm origem no temor de ficar sem alguma coisa", afirma a psicóloga Adriana de Araújo, especialista em hipnose e programação neurolinguística (PNL). Mas isso vai acontecer, independentemente da decisão. É o peso dos prós e contras que tornam as escolhas complicadas. (....). Nada, no entanto, é tão inimigo da tomada de decisão quanto a impulsividade. "A emoção é uma catástrofe nessas horas", diz o coach Sulivan França, presidente da Sociedade LatinoAmericana de Coaching. "Quanta gente não chuta o balde no trabalho em um momento emocionalmente tenso, vai para outra empresa e o lugar é pior?" Ele garante que 90% das vezes em que a escolha é impulsiva o resultado é o arrependimento. (....). No livro "Fontes do Poder - O Modo como as Pessoas Tomam Decisões" (Ed. Instituto Piaget), o psicólogo americano Gary Klein mostra que os profissionais próximos do perigo, como bombeiros e policiais, acabam por desconsiderar tudo o que estudaram anos a fio e seguem a intuição em momentos de pressão. Vem à tona o instinto de sobrevivência e a internalização do dever a que o indivíduo se comprometeu ao escolher o ofício. Não importa como salvar. O que importa é salvar. As outras pessoas também estão sujeitas a esse impulso, mas os profissionais treinados podem acessar instintivamente o que aprenderam, sem parar para pensar racionalmente, elevando a chance de essa decisão perigosa dar mais certo. (....)."Uma decisão difícil foi trocar uma carreira militar segura pela carreira diplomática. Mas acredito que não existe decisão isolada. A regra é estar em algum contexto. O importante é estar bem informado e avaliar possíveis desdobramentos. A emoção, o coração sempre influenciam. Mas ceder pode levar a arrependimentos. Prefiro a razão. E a intuição faz parte da razão. A intuição, mesmo que não se queira admitir, também resulta do amadurecimento." (....). A tomada de decisão acontece no córtex pré-frontal, área do cérebro responsável, entre outras coisas, por gerar crenças e testar opiniões. É a parte da razão. A lucidez que nos indica o que é coerente e quais são as consequências das nossas ações. E quem consegue decidir sem nem um pouquinho de sentimento? Ninguém, graças à amígdala, região cerebral onde ficam guardadas as memórias ligadas à emoção. A briga entre o córtex e a amígdala na hora da decisão pode ser compreendida pelos relacionamentos amorosos instáveis. Enquanto um diz "termine, você sabe que será magoado de novo", o outro insiste: "Ah, lembra daquela viagem romântica, dos momentos tão especiais?" A motivação dirá quem vence a batalha. E ela depende muito de como o indivíduo desenvolveu a necessidade de decisão da infância à vida adulta. Isso inclui aprender a empreender, ter responsabilidades, pesar vantagens e desvantagens e saber perder. O modelo de escolha saudável é reforçado pelas figuras que cercam cada um de nós. Na última semana, foi divulgada uma pesquisa da Universidade de Nova Gales, na Austrália, indicando que pessoas mal-humoradas e tristes têm melhor capacidade de julgamento. Mas não quer dizer que o sofrimento seja a chave da decisão coerente. O mesmo estudo mostrou ainda que um estado de ânimo positivo facilita a criatividade, outro fator do processo decisório. (....)."Fiz parte da equipe que cuidou do ex-governador Mario Covas durante sua luta contra o câncer. Dias antes de morrer, ele me disse que eu saberia até onde ir com o tratamento. Quando esse momento chegou, foi muito difícil. Primeiro porque, além de meu paciente, éramos muito amigos. Mas a ciência tem limites. Foi uma decisão baseada na minha experiência e na vontade dele e da família. Ele morreu no quarto, junto com familiares, como queria.<br />“Sou treinado para tomar decisões. Na vida de médico, elas são uma rotina. Seja qual for a circunstância, não posso errar nas minhas decisões. Mas é preciso ter competência individual para decidir. Não ajo por impulso ou movido pela emoção. Algumas vezes uso a intuição, mas sempre pautada na minha experiência. Já tomei decisões erradas. E isso me ajudou a refinar os meus critérios." (....)."A decisão mais difícil da minha vida foi deixar a iniciativa privada, meio no qual fui criado, para me dedicar à vida pública. Neste quesito decidi baseado na intuição e na razão. Intuitivamente acreditei que teria muito a fazer e a contribuir para o desenvolvimento do Amazonas. Também intuí que teria muito a aprender com as pessoas que habitam meu Estado, teria muito a aprender com a vivência que a vida pública possibilita. Racionalmente, entendi que não seria um empresário completo, que não teria a excelência necessária para ter sucesso absoluto nos negócios, porque havia em mim a paixão pela vida pública. Então, usei a razão para decidir o que minha intuição me mostrava. E deu certo." (....). O uso da razão com a intuição é o melhor método de escolha, dizem os especialistas. Ponderar é fundamental. Assim como considerar sensações baseadas na experiência. A intuição, ao contrário do que muitos imaginam, não tem nenhuma relação com crenças ou poderes paranormais. Ela é reflexo das recordações de situações vividas anteriormente. Também a observação é importante, já que algumas lembranças parecidas são negativas - e isso pode ser traiçoeiro para uma boa decisão. Em geral, todo mundo tem a chance de fazer boas escolhas. É possível, inclusive, aprender a desenvolver esse talento com cursos específicos e terapias. Mas, para chegar lá, é preciso ser honesto consigo mesmo nas avaliações mais íntimas, pesando as emoções que cada possibilidade causa. Como provam os entrevistados, uma decisão acertada se torna uma grande conquista. _________________________________________________ <strong><em>(palavras minhas: .... os especialistas recomendam-nos a tomarmos as nossas decisões levando em consideração a razão e a intuição. Entretanto, psicanislas recomendam que é também aconselhável uma certa atenção às respostas obtidas através dos sonhos, como também aos desejos impulsionados pela emoção. Por meio da razão, as pessoas devem analisar todas as manifestações aqui descritas, antes de tomar a decisão....)<br /></em></strong></span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-17832570803036020462009-10-19T21:09:00.001-02:002009-10-19T21:14:42.454-02:00É saudável educar filhos de forma individualizada<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">UOL - Caim e Abel constituem um primeiro modelo da relação entre irmãos, um modelo trágico. Inveja, ciúmes e fratricídio são os temas dessa história.<br />É provável que, por existir esse lado escuro na relação arquetípica entre irmãos, os pais se preocupam, desde muito cedo, em favorecer sempre o altruísmo e a amizade entre seus filhos, isto é, o lado luminoso da relação. A intenção é louvável, entretanto, as ações dos pais, nesse sentido, não impedem, necessariamente, o aparecimento das brigas e das rivalidades entre os filhos. Ao contrário, com frequência, o que os pais fazem, reforça os ciúmes e impede o desenvolvimento de uma boa fraternagem. A preocupação já se inicia quando da gestação do segundo filho. Muitas vezes surge a pena do primeiro filho, pois se acredita que ele irá deixar de ser o centro único da atenção da família. Pena, por quê? Na verdade, ele não terá perdas, mas ganhos, dentre eles o privilégio de ter um irmão. Desses dois pressupostos decorrem duas posturas completamente diferentes, com consequências também diferentes.Acreditando-se que a criança terá um privilégio, não se justificam presentes como consolação pela futura “perda”, mas comemoração antecipada pelos ganhos. Um irmão traz a possibilidade do aprendizado da relação de companheirismo, ensina a dividir, a cooperar, a ceder, a fazer trocas, enfim a compartilhar o mundo com as outras pessoas. São de fato, muitos ganhos.<br />Tratamento igualitário é prejudicial. Pensando que estão a evitar ciúmes, os pais tendem a tratar os filhos de forma igualitária, o que significa presentes para os dois, mesmos limites, mesmo horários etc. Esquecem que eles têm idades diferentes e, portanto, direitos e deveres diferentes. O nivelar as crianças da família, isto é tratá-los da mesma maneira traz ainda problemas decorrentes: o mais velho será infantilizado e o mais novo precocemente forçado a se desenvolver, o que é ruim para ambos. Além disso, tal forma de criar filhos, reforça os ciúmes dos irmãos, pois eles tenderão a disputar tudo e a controlar tudo, para verificar se não estão sendo “prejudicados”. As crianças precisam ser individualizadas dentro da família, cada uma com suas necessidades, desejos, deveres e privilégios. Os mais velhos podem fazer coisas que os menores não podem ainda e que farão quando tiverem a idade adequada. Crescer é ganhar mais responsabilidades, mas também mais direitos. As crianças têm que ter a certeza de que é vantajoso crescer. A família é um sistema dinâmico de relações, onde cada um precisa ter seu lugar bem explicitado. Essa forma individualizada de educar os filhos não irá erradicar as brigas, as crises de ciúme, mas diminuirá a intensidade e a frequência delas.<br />Pais não podem se colocar no lugar de juízes frente às brigas de seus filhos. Outro aspecto que merece ser lembrado é que os pais não podem se colocar no lugar de juízes frente às brigas de seus filhos. Não cabe aos pais legislar, buscar descobrir quem é o culpado, para puni-lo. Crianças brigam hoje por algo que vai acontecer amanhã. Provocações entre eles constituem um método infalível de chamar a atenção dos pais. Assim, o melhor é não entrar na discussão entre eles. É mais eficaz, se afastar para não dar plateia à briga ou então colocar os dois briguentos de castigo, sem querer saber “quem começou”.No carro, provocações e brigas entre os irmãos são frequentes quando os pais os levam para a escola, para passeios, para viagens, etc. O nível da disputa é, às vezes, tão alto que atrapalha ou torna perigosa a direção. Para as crianças pode ser uma situação ideal para usar das provocações entre eles para chamar a atenção dos pais. Brigam pela posição no carro, disputam para entrar primeiro, encostam um no outro, reclamam do que o outro fala, do que não fala, enfim, tudo se torna motivo para querelas, nas quais o conteúdo pouco importa. Assim, discutir o conteúdo das brigas não resolve. O que funciona pode ser: impor o silêncio, voltar imediatamente para casa no caso de passeios, não levá-los para a escola por uns tempos, terceirizando a função, se possível. Em síntese, a companhia dos pais deve ser sentida como um presente, um privilégio para os filhos e eles precisam ser ensinados a merecê-la. Existe um ditado popular que diz que quanto mais os irmãos brigarem na infância, mais amigos serão na idade adulta. Deve-se acrescentar: desde que os pais não interfiram nas disputas. <span style="font-family:times new roman;"><strong><em>(Ceres Araujo: É psicóloga especializada em psicoterapia de crianças e adolescentes. Mestre em psicologia clínica pela PUC-SP, Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC e autora de vários livros, entre eles 'Pais que educam - Uma aventura inesquecível' Editora Gente.)</em> </strong></span></span><a href="http://www2.uol.com.br/vyaestelar/familia_filho_individualizado.htm"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">http://www2.uol.com.br/vyaestelar/familia_filho_individualizado.htm</span></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-82228600949416698562009-10-19T21:03:00.001-02:002009-10-19T21:05:30.155-02:00O mundo interior da criança: a relação consigo mesmo<span style="font-family:verdana;font-size:85%;">UOL - Como homo sapiens-sapiens o ser humano ganhou a possibilidade da bi-reflexibilidade, isto é, o ser humano pensa e pode refletir sobre o que pensa, ele sabe e sabe que sabe. Tal possibilidade é fundamental para que o homem se desenvolva de maneira íntegra e *resiliente. Adquirimos e desenvolvemos papéis diferentes na sociedade em que vivemos. No âmbito familiar, somos filhos, pais, irmãos, netos, avós, cunhados, genros ou noras, sogros, tios, sobrinhos, primos, muitas vezes somos padrastos ou madrastas e enteados. No âmbito profissional e social, somos chefes, subordinados, colegas, parceiros, companheiros, amigos e às vezes até inimigos. Papel do filho. Adquirimos cada papel na relação com um outro ser da mesma espécie e a maneira pela qual experimentamos nosso primeiro papel, o papel de filho, costuma influenciar o modo pelo qual estabeleceremos os demais papéis no mundo. Decorre assim, a grande importância da função dos pais na relação com seus filhos. Para adquirir e desenvolver todos os papéis que a vida nos dá ou nos impõe, precisamos usar da nossa capacidade de adaptação ao outro. Nesse processo de adaptação aprendemos a ceder e a nos impor na medida do necessário. Entretanto, o ser humano não se define apenas pelos papéis que ele exerce na sociedade. É importante considerar que a pessoa exerce papéis, mas ela não pode ser confundida com os papéis que possui. Ela se relaciona com os outros através dos papéis que adquiriu, mas, simultaneamente, também precisa se relacionar consigo mesmo. É a relação consigo mesmo, o diálogo com o mundo interno, chamado capacidade para a introspecção, que dá consistência, integridade e coerência à existência do ser humano. Assim, nos desenvolvemos adequadamente à medida que nos relacionamos com o mundo externo e o interno, na medida em que somos capazes de realizarmos a mediação entre as exigências das pessoas e das situações do mundo externo e as exigências dos impulsos e dos desejos do nosso mundo interno. É uma pena que muitas pessoas precisam sempre do contato com o outro, para se sentirem existentes. Não conseguem se entreter sozinhas, não têm diálogo consigo mesmas e sofrem com o que nomeiam como solidão. São pessoas que não usam da função da imaginação, da fantasia e não buscam em si mesmas as fontes da criatividade e do desenvolvimento pessoal. Diálogo interno é essencial. Precisamos aprender a “conversar” conosco desde idades muito precoces. O bebê brinca com suas mãos, já nas primeiras semanas de vida. As mãos constituem seu primeiro brinquedo. Passam a explorar o mundo e precisam da ajuda do adulto nessa exploração para aprender o significado de sua ação. Entretanto, o bebê e a criança precisam aprender a brincar, a se entreter também sozinhos para criar um espaço interno, que será recheado pela representação mental da experiência vivida com os outros, pela fantasia, pelo desejo, pelo devaneio e pela criação. Existem pais que, por diferentes razões, não conseguem ensinar seus filhos a ficarem sós. Essa não é uma lição fácil de ser ministrada e nem fácil de ser aprendida, mas sumamente necessária. Existem adultos que têm medo de dizer não a seus filhos, como se isso os fizessem menos queridos e, portanto, se submetem às ordens das crianças, impossibilitando-as de aprenderem a ficar às vezes sozinhas e de encontrarem o seu mundo interior, suas fantasias, etc.. Também existem adultos, que, infelizmente, nunca aprenderam a se relacionar consigo mesmos, que se mantêm na dependência da atenção dos outros o tempo inteiro. Esses não conseguirão ensinar tal necessária lição a seus filhos, pois ninguém pode ensinar o que não sabe. Mas, a esses filhos, felizmente restará sempre a chance de buscar aprender com outros seres humanos, como se relacionar consigo mesmo. <em>(Ceres Araujo: é psicóloga especializada em psicoterapia de crianças e adolescentes)</em> </span><a href="http://www2.uol.com.br/vyaestelar/familia_crianca.htm"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">http://www2.uol.com.br/vyaestelar/familia_crianca.htm</span></a>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-59843236881134267602009-01-11T11:34:00.002-02:002009-01-14T14:43:10.799-02:00A teoria psicogenética de Henri Wallon<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"><span style="color:#ff0000;"><strong>BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A construção da pessoa em Wallon e a constituição do sujeito em Lacan. Petrópolis: Editora Vozes, 2003, 152 p<br /></strong></span><br />...construção da pessoa na psicogenética walloniana (...). ...relaciona-se a um processo mais gradual, semelhante à edificação e ao modo como a personalidade se prolonga no tempo. P 13<br /><br />Wallon não pressupõe a existência do inconsciente e nega a ênfase dada por Freud à sexualidade infantil. P 13<br /><br />Wallon ressalta o papel fundamental das emoções para constituição do psiquismo,... p 15<br /><br />Falar em construção da pessoa ou em constituição do sujeito é outorgar um papel fundamental para o sistema simbólico, para a linguagem e para os próprios conflitos, que vão nos orientar em busca de um “sempre mais além”. Em Wallon, esse mais além pode ser compreendido como inacabamento de um eu, que não cessa de buscar sua diferenciação ao longo da evolução humana.... p 15-16<br /><br />A teoria de Henri Wallon (...) destaca o papel primordial da emoção (...). É por meio da emoção que se dá a passagem do orgânico ao social, do fisiológico ao psíquico. P 19<br /><br />...Quando a afetividade prepondera sobre a inteligência, a pessoa passa a se voltar mais para a edificação de seu eu, de sua personalidade, num movimento centrípeto. Já quando a função da inteligência é predominante, o movimento volta-se para o exterior, para a exploração dos objetos e do conhecimento, tendo uma orientação centrífuga. O mais interessante é que entre as funções sempre existe um conflito, na medida em que uma pessoa precisa ser reduzida para que outra possa preponderar. P 19<br /><br />A afetividade e a inteligência tem influências recíprocas, sendo que a evolução de uma provoca alterações significativas na outra. P 20<br /><br />Grande ênfase é dada ao meio social e para as interações com o meio, pois é pelas interações que o sujeito vai se construir. P 20<br /><br />Wallon concebe o social, mais especificamente a necessidade do outro, da interação com ele, como algo que se inscreve no orgânico. P 20<br /><br />O meio social é a condição do desenvolvimento das capacidades biológicas, e na perspectiva genética é possível apreender como o orgânico se torna psíquico.[...]...o meio tem um papel primordial. P 21<br /><br />A utilização do termo pessoa total ao longo de sua obra enfatiza a importância de se conceber a pessoa de forma integrada. O orgânico, assim como o psíquico, são investigados em suas relações recíprocas, da mesma forma que as relações do homem com o seu meio. P 21<br /><br />A teoria walloniana, ...(...). Além de propor a integração dos principais campos funcionais (afetividade, inteligência e motricidade), está fundamentada no materialismo dialético, ... p 22<br /><br />A psicogenética walloniana coloca em relevo a idéia do conflito como mola e motor da evolução. É o conflito que move a pessoa na busca de uma maior e melhor diferenciação de si e do conhecimento. A contradição e o conflito ocupam grande parte da obra de Wallon e as leis do desenvolvimento também evidenciam o papel das contradições e dos conflitos que possibilitam as transformações e os progressos da pessoa. P 23<br /><br />A alternância das funções, afetividade e inteligência, já pressupõe a necessidade de um enfrentamento, pois para que uma delas possa assumir a preponderância é necessário que a outra reduza seu poder e sua influência para possibilitar um novo ponto de partida ao desenvolvimento. P 23<br /><br />Tanto as influências do meio como o processo de maturação são os grandes responsáveis pela evolução psíquica da criança. P 24<br /><br /><br /><br />Wallon mostrou um grande interesse pela Educação, pelas implicações da Psicologia e da Pedagogia, pelos debates a respeito da Escola Nova.... Ao romper com o ensino tradicional, no qual o professor era considerado o grande detentor do saber, a Escola Nova irá se diferenciar prioritariamente para buscar os interesses dos alunos, deixando um pouco de lado a importância da intervenção do educador como mediador do conhecimento, o que na opinião de Wallon é fundamental. P 25<br /><br />A Escola Nova é considerada como o contexto privilegiado para o estudo e a observação da criança. P 25<br /><br />O olhar walloniano.... Parte do pressuposto de uma investigação, orientada no sentido de privilegiar questões de observação...[...]. busca as contradições, os conflitos, as rupturas, nos diferentes momentos do desenvolvimento. p 26-27<br /><br />Não basta observar, é preciso contextualizar as observações, buscar estabelecer relações entre elas, ampliar a análise para que se possa compreender melhor os comportamentos inseridos num determinado contexto e sua influência sobre eles. P 28<br /><br />Por meio dos estudos de Wallon podemos perceber o quanto é precioso cada movimento, cada gesto, cada expressão, e desta forma, é fundamental que estejamos sempre atentos para eles, que são ricos instrumentos e nos dão inúmeras pistas para um momento posterior de análise. P 28<br /><br />...o bebê sente a presença das pessoas, principalmente das que cuidam dele, e reage a elas de forma predominantemente emocional. (...).O olhar walloniano sobre o comportamento predominantemente emocional do bebê humano coloca em relevo o poder da inscrição do orgânico sobre o psíquico,... P 29<br /><br />A teoria enfatiza o intenso movimento de construção de um eu, ainda frágil, que luta para afirmar-se pela oposição ao outro, pela busca de admiração e de reconhecimento, e pela tentativa de incorporação do outro por meio da imitação. P 30<br /><br />Ao tentar diferenciar-se do outro, a criança esbarra em uma série de exigências, de desafios, de surpresas, com os quais tem de lidar ou as quais precisa solucionar. (...). O conflito característico do personalismo aponta para a busca de independência, ao mesmo tempo em que há uma necessidade de proteção. P 30-31<br /><br />Outra característica importante da emoção é o seu poder de contágio, por meio do qual o contato é estabelecido pelo mimetismo ou por contrastes afetivos. (...). O impacto afetivo causado pelas manifestações da criança provoca um verdadeiro contágio emocional nas pessoas, que, conseqüentemente, passam a imprimir uma significação a elas. É a partir desse momento que começa a se estabelecer um circuito de trocas mútuas entre a criança e o meio, que possibilita a correspondência entre os próprios atos e os respectivos efeitos. P 47<br /><br />A emoção é, então, o ponto de partida do psiquismo, da consciência e da vida social, uma vez que é através dela que vão se estabelecer as primeiras trocas da criança com o meio humano. P 48<br /><br />Wallon (1968) afirma que as emoções são a exteriorização da afetividade, que elas tornam possível o desenvolvimento de meios de expressão cada vez mais complexos e, ainda, transforma-os em instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializados. À medida que se tornam mais elaborados e precisos, o seu significado passa a ter maior independência e, conseqüentemente, separam-se da emoção. P 48<br /><br />ESTÁGIOS DO PSIQUISMO OU PERSONALISMO: .....emoção, ....representação, ... e imitação.<br /><br />O eu, para se constituir, precisa diferenciar-se do outro, libertar-se gradualmente do sincretismo e adquirir a noção do próprio corpo, para, só assim, processar a consciência de si. A noção do próprio corpo também se constitui por etapas e para adquiri-la é preciso que se realize uma distinção entre os elementos atribuídos ao próprio corpo e os demais diretamente relacionados com o mundo exterior. P 50-51<br /><br />O advento da representação é fundamental para que a criança possa identificar sua personalidade e a dos outros, ultrapassando o espaço de suas percepções e realizando a aptidão simbólica de desdobramento e de substituição; condição para o nascimento do pensamento e da pessoa. P 51<br /><br />Ao mesmo tempo em que se afirma perante o outro, opõe-se a ele e mostra um claro desejo de apego às pessoas que a cercam e com as quais passa a se identificar. A imitação marca o terceiro momento do personalismo, por meio da qual a criança escolhe os adultos que ela admira e busca imitá-los e assimilá-los dentro de si mesma. P 52<br /><br />...o movimento de identificação e dissociação da personalidade se orienta predominantemente pela busca de independência e de autonomia, passando pela oposição intensiva ao outro, depois pelo exibicionismo e, num terceiro momento, buscando substituir e incorporar o outro em si mesmo. Para constituir e enriquecer o eu, é necessário diferenciar-se do outro para afirmar-se a si próprio. Ao mesmo tempo, é preciso identificar-se com as pessoas que são admiradas para buscar “introjetá-las” em si. Assim, a constituição da personalidade é permeada por conflitos, antagonismos e verdadeiras crises, que reaparecem com grande intensidade no período da adolescência. P 52<br /><br />A criança passa a se colocar a questão do seu eu em relação aos outros, e a partir das relações que estabelece com a sua família pode construir uma referência de conjunto, no qual tem um lugar e um papel específico. Dentro da constelação familiar aprende a se situar em relação aos outros irmãos, aos pais, como um elemento fixo e, aos poucos, toma consciência da estrutura familiar. Ao mesmo tempo em que se sente muito solidária com a família, está buscando intensamente sua independência. P 53<br /><br />O estágio da puberdade e da adolescência é caracterizado por uma crise na qual as exigências da personalidade passam novamente para o primeiro plano. Nesse momento, o que predomina são as necessidades do eu e as preocupações da pessoa. P 54<br /><br />Na puberdade, devido às inúmeras modificações pelas quais passa seu corpo, a criança desorienta-se em relação a si mesma tanto no que relaciona com o seu físico como com o seu ponto de vista moral. [...]. A vida afetiva, nesse momento, torna-se muito intensa e existe um forte desejo de mudança acompanhado de um descontentamento associado à sensação de desorientação, fazendo com que o jovem acabe não sabendo para onde se voltar, por que estrada trilhar. P 55<br /><br />O desejo de ultrapassar a vida cotidiana, de se unir a outros jovens que compartilhem desse anseio, a necessidade de fazer escolhas, marcam a tomada de contato com a sociedade e assinalam uma evolução decisiva da pessoa. [...]. A personalidade adulta vai se construir a partir dessa inquietude, ... p 55<br /><br />É fundamental esclarecer que Ana psicogenética walloniana a pessoa ´um projeto inacabado que estará sempre lutando para construir-se a reconstruir-se, tendo como proposta principal alcançar cada vez mais e melhor a diferenciação de seu eu e de sua personalidade. P 56<br /><br />A pessoa vai se construindo ao longo de sua evolução, tendo na emoção a origem do seu psiquismo. À emoção estão intimamente relacionados os processos de fundo exclusivamente orgânicos, ou seja, as descargas impulsivas provenientes das necessidades fisiológicas do bebê humano. P 56<br /><br />....é por meio das interações com os outros que as manifestações expressivas se exteriorizam, tornam-se cada vez mais intencionais e, pelo seu caráter expressivo, podem ser interpretadas pelo ambiente e por ele influenciadas. P 56<br /><br />Apesar de a relação de semelhança entre a imagem e o modelo ser percebida, ainda não é possível reduzir uma à outra e, conseqüentemente, atribuir uma realidade independente a ambas. [...]. A representação do próprio corpo só pode se formar exteriorizando-se e precisa da distinção das partes de seu corpo, do distanciamento da experiência imediata e das representações das coisas para isso. Tal aprendizado é conseqüência do contínuo exercício de aprender seu próprio corpo em relação aos demais, da utilização de analogias e assimilações e da diferenciação que gradualmente se estabelece entre os diferentes aspectos, para que a representação de si possa ser adquirida. P 58<br /><br />Evidencia-se, assim, a complexidade envolvida no processo de conscientização do eu corporal, uma vez que esta pressupõe um nível mais evoluído de atividade intelectual e capaz de realizar uma verdadeira transposição mental. P 58<br /><br />A consciência corporal é a condição fundamental para o início da consciência de si, pode-se dizer que é o prelúdio da construção da pessoa que contempla necessariamente a diferenciação eu-outro. P 59<br /><br />O eu seria conhecido por intermédio da intuição, enquanto o outro, por analogia. P 59<br /><br />...na teoria walloniana a consciência irá ser construída ao longo da evolução em uma orientação clara para a progressiva diferenciação de si. P 60<br /><br />As influências entre o eu e o outro são recíprocas e variam de acordo com as situações, com as necessidades próprias dos diferentes momentos de evolução. P 60<br /><br />Quando Wallon se refere aos vários “Eus”, ele os está relacionando com os diferentes momentos da evolução e afirmando que se trata de um único Eu, que se diferencia e complexifica-se cada vez mais e melhor. P 61<br /><br />Assim como o Eu, durante o seu processo de constituição, vai apresentando diferentes aspectos e funções ao longo da ontogênese, o Outro também vai se modificando, na medida mesmo da sua íntima e recíproca conexão com o Eu. P 61<br /><br />...podemos perceber que o ciumento intensifica os seus sentimentos ao perceber mais claramente os supostos prazeres do Outro. P 62<br /><br />Na teoria psicogenética, os diferentes momentos da evolução humana são marcados pela alternância entre as funções da inteligência e da afetividade, na medida em que cada uma delas passa a ser preponderante em cada etapa do desenvolvimento. Após o estágio do personalismo, predominantemente voltado para o enriquecimento do Eu e orientado pela função da afetividade, ocorrerá uma inversão funcional que introduz uma nova diferenciação, dessa vez mais relacionada ao desenvolvimento do próprio pensamento. P 62<br /><br />...a criança necessita primeiro afirmar-se como um corpo, um eu corporal, para depois perceber-se como uma imagem refletida, exteriorizada, que aos poucos toma a forma de consciência de si. P 64<br /><br />...o advento da representação é fundamental para que seja possível identificar a própria pessoa e a dos outros, ultrapassando o espaço das percepções e realizando a aptidão simbólica de desdobramento e de substituição. P 64<br /><br />O estágio do personalismo é marcado por três momentos distintos: a oposição, a sedução e a imitação.A oposição intensa, e muitas vezes sem motivo aparente, precisa ser compreendida como busca de afirmação de si, de uma personalidade em construção, de um eu que apenas está iniciando sua diferenciação com o outro. P 65<br /><br />A distinção do eu e do outro aparece de início em relação aos objetos, expressando-se na forma do teu e do meu. È em relação aos objetos que inicialmente fará a discriminação e lutará para obter a posse dos mesmos. P 65</span><br /><span style="font-family:Verdana;"></span><br /></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Logo depois da fase inicial de oposição surge a sedução, ou “idade da graça”. A criança agora precisa ser admirada, sentir que agrada aos outros para poder se admirar também. (...). Ao mesmo em que se afirma perante o outro, opõe-se a ele e mostra um claro desejo de apego às pessoas que a cercam e com as quais passa a se identificar. P 66<br /><br />Nesse momento a criança torna-se não só competitiva, mas ciumenta. Precisa ser prestigiada, mostrar que possui qualidades para serem admiradas, mostrar-se no que ela acredita poder agradar aos outros e ter exclusividade de atenção. P 66<br /><br />A imitação marca o terceiro momento do personalismo, por meio da qual personagens são criados a partir das pessoas que a criança admira e que deseja substituir em si mesma. Ela não se basta mais com suas próprias qualidades e passa a cobiçar as dos outros, querendo-os como modelos. P 66<br /><br />...para constituir e enriquecer o eu, é necessário diferenciar-se do outro e afirmar-se a si próprio. Ao mesmo tempo, é preciso identificar-se com as pessoas que são admiradas no sentido de buscar internalizá-las em si. As relações da criança co as pessoas com as quais convive são marcadas por influências recíprocas, podendo ser consideradas como ocasiões ou motivos para ela se exprimir. Ao conferir-lhes existência fora de si, torna-se possível a distinção do eu e do outro, que é seu complemento indispensável. P 67<br /><br />Ao tomar consciência de sua pessoa distinta do outro, confirmá-la, a criança vai buscar compreender a sua posição nas relações com os outros e, (...). Ao mesmo tempo em que se sente muito ligada à família está buscando intensamente sua independência. (...). Enquanto busca a independência tem necessidade de se assegurar do afeto dos outros. P 68<br /><br />O eu que está sendo conquistado ainda é frágil e para poder construir-se necessita passar por esses três momentos distintos e complementares, que são o extremo negativismo marcante no início do personalismo, a sedução que necessita da admiração das pessoas às quais está ligada afetivamente e, por fim, a imitação para poder internalizar as qualidades e as competências das pessoas queridas no próprio eu. P 68<br /><br /><br /><br />A escola é um meio para a constituição dos grupos, que são os indicadores das práticas sociais. Wallon (1979), ao estudar a influência dos grupos na evolução do sujeito, afirma que estes são importantes para a aprendizagem social da criança, para o desenvolvimento de sua personalidade e para a consciência de si própria. Na sua inserção no grupo, a criança se depara com duas exigências básicas: identificar-se com o grupo na sua totalidade, com os interesses e aspirações de seus integrantes, e diferenciar-se dos outros, assumindo um papel determinado. P 68-69<br /><br />...a partir do momento em que a pessoa passa a ter consciência de si, podemos dizer que um novo personagem entre em cena, configurando-se como um outro eu, uma subdivisão, bipartição íntima, denominado socuis. P 69<br /><br />O socius é o companheiro permanente do eu e exerce uma função de intermediário entre o mundo interior e o exterior, muitas vezes funcionando como confidente, conselheiro ou censor. P 69<br /><br />Pensar a pessoa na psicogenética walloniana implica compreendê-la no seu contexto sociocultural, biológico, e integrada pelas funções da afetividade, da inteligência e do ato-motor. P 69<br /><br />O advento da representação é fundamental para que seja possível identificar a própria pessoa e a dos outros, ultrapassando o espaço das percepções e realizando a aptidão simbólica de desdobramento e de substituição; condição para o nascimento do pensamento e da pessoa. P 70<br /><br />Graças `aptidão simbólica, a criança pode elaborar mentalmente o espaço, distribuir os objetos no espaço e no tempo, representá-los e estabelecer signos para as representações. A passagem do ato-motor ao ato mental, da inteligência das situações à inteligência discursiva, mostra não só uma evolução em relação à espacialização como também uma tendência para fixar imagens. P 72<br /><br />Wallon destaca o papel fundamental da imitação para o advento da representação, afirmando que as etapas sucessivas da imitação possibilitam que a representação, que ainda não existia, possa formular-se. P 72<br /><br />...a presença do outro, o seu olhar, a sua escuta, e a oportunidade de interagir com a criança são condições fundamentais para a evolução de seu psiquismo. P 75</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O reconhecimento da própria imagem no espelho tem como condição a capacidade de simbolização e de percepção espacial. O acesso à função simbólica e à capacidade de representação encontra-se intimamente ligado ao desenvolvimento da linguagem e às etapas sucessivas da imitação. P 80<br /><br />Ao brincar, a criança se coloca no lugar do outro, desempenhando ações semelhantes, mas sem precisar tê-lo em presença, uma vez que já pode representá-lo na ausência, mostrando assim uma nova capacidade de assimilar o outro, seus respectivos papéis e a própria realidade. P 81<br /><br />Para construir sua personalidade, a criança precisa diferenciar-se do outro e opor-se a ele. O educador, no momento da roda, poderia propor que as crianças conversassem entre si, falassem de seu cotidiano, de sua vida fora da escola, que pudessem se identificar e ao mesmo tempo se diferenciar das outras crianças. P 84<br /><br />__________________ LACAN_____________________<br /><br />(sobre o pensamento de Lacan) ....A razão de ser da constituição passa a ser procurada nas relações do sujeito consigo mesmo, do sujeito como um outro, dele com sua exterioridade. A atividade diante do espelho toma um sentido de uma pesquisa de si feita pela própria criança. (...). É por meio da imagem que o sujeito vai se constituir. P 93<br /><br />(para Lacan) .... A criança não projeta no espelho a sua imagem, e o que ela vai introjetar é a imagem que a própria família construiu para ela. Com isso quero dizer que o que vai ser determinante na imagem especular é o seu caráter ilusório, falso, contornado pelos desejos e ideais alheios. É essa identidade alienante que marcará o psiquismo da criança, na medida em que ela vai ocupar o lugar do desejo dos pais e ao introjetar a imagem especular, ela passa a assumi-la como se fosse sua. P 103<br /><br />____________________________________<br />Penso que a psicanálise pode subsidiar a Educação, ampliando a visão do educador sobre os processos psíquicos, alertando-o para uma nova e revolucionária dimensão do sujeito humano, que é o inconsciente, o lugar no qual se produz um sentido mesmo sem sabê-lo. P 119<br /><br />Uma situação bem comum nas escolas é aquela em que as crianças buscam repetidas vezes sair da sala para fazer xixi, como uma forma de escapar da monotonia das atividades e buscar prazer em outra coisa. Os professores, por sua vez, constatam o fato mas não admitem, e nem sequer tentam compreender, o que acontece na sala de aula que faz com que as crianças queiram sair a toda hora. P 120<br /><br />Os adultos tentam interpretar as ações das crianças e tecem para elas uma série de expectativas e desejos. As crianças, por outro lado, jogam com essas imagens e acabam ficando capturadas por elas, acreditando que são o que os pais, os educadores, pensam sobre elas. P 120<br /><br />Os educadores acreditam que, por terem um conhecimento teórico sobre as crianças, é possível conhecê-las e saber como pensam. Isso é um engano, pois cada criança tem sua singularidade própria, um jeito diferente de lidar com esse jogo de expectativas e de desejos. É por este motivo que é fundamental resgatar a palavra da criança, para possibilitar que ela venha a ser mais sujeito do que objeto. P 121<br /><br />Lacan critica a Pedagogia e a Psicologia, pois acreditam no saber completo e total, no saber universal, diferente da Psicanálise, que reconhece que o saber é incompleto e que é tecido a partir da linguagem e da fala. P 121<br /><br />Tanto a família como os educadores “jogam” suas expectativas em cima das crianças, que precisam ter chance de escapar desse aprisionamento, ou mesmo da classificação dos estágios de desenvolvimento, para assim poderem ter uma fala própria. P 121<br /><br />A mesma criança “boazinha” precisa ter espaço para poder ser diferente, expressar um desagrado pela professora ou pela atividade sem deixar de ser reconhecida, mas em um lugar diferenciado. Ou mesmo o aluno que sempre faz bagunça, atrapalha os colegas, não se concentra, precisa ser ouvido, ter novas oportunidades para agir e se expressar de forma diferente, e não ficar rotulado como “o aluno chato que só atrapalha”. P 121-122<br /><br />É importante demarcar que o educador deve respeitar as escolhas das crianças sobre suas ações, sobre as parcerias que procura estabelecer, ou não; e até pelo seu silêncio, que não deixa de ser uma forma de expressão. As interações são fundamentais, mas é necessário que a criança possa optar por ficar sozinha e desenvolver suas próprias ações, observações, ou um distanciamento momentâneo dos outros. P 123</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-1726582516814798452009-01-08T08:32:00.000-02:002009-01-08T08:34:15.390-02:00Origem e evolução do cérebro e da mente<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;"></span></strong></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">McCRONE, John. Como o cérebro funciona. São Paulo: Publifolha, 2002, 72p.</span></strong><br /><br />De acordo com a rota holística, os cérebros são a expressão de um propósito. Eles existem para tomar decisões e o fazem seguindo uma trajetória adaptativa. Durante gerações, vidas inteiras e frações de segundo, eles se concentram para formar padrões neurais que “conhecem” o mundo. P 52<br /><br />Cerca de 4,5 milhões de anos atrás, uma ramificação dos macacos – os hominídeos – aprendeu a caminhar sobre duas pernas. Havia muitas espécies diferentes de hominídeos que perambulavam pela paisagem africana. Há 1,8 milhão de anos, um deles evoluiu para o Homo erectus, 1,80 metro, robusto, com cérebro três vezes maior que o de um chimpanzé. O erectus era caçador, usava fogo e ferramentas de pedra. [...]. O Homo sapiens apareceu em cena 100 mil anos atrás. (...) a diferença impressionante é que somos uma espécie simbólica. Há 40 mil anos estamos nos sujando de tinta, entalhando, esculpindo figurinos e até decorando nossas cavernas com cenas de caça. Nossos mortos são enterrados com rituais. P 53-54<br /><br /><br /><br /><strong><span style="color:#ff0000;">PINKER, Steven. Como a mente funciona. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, 666p</span></strong><br /><br />...a mente é um sistema de órgãos de computação, projetados pela seleção natural para resolver os tipos de problemas que nossos ancestrais enfrentavam em sua vida de coletores de alimentos. (...). O funcionamento dos módulos foi moldado pela seleção natural para resolver os problemas da vida de caça e extrativismo vivida por nossos ancestrais durante a maior parte de nossa história evolutiva. P 32<br /><br />Nossos órgãos de computação são um produto da seleção natural (...). Nossos programas mentais funcionam a contento porque foram moldados pela seleção para permitir a nossos ancestrais o domínio sobre as pedras, utensílios, plantas, animais e outras pessoas, em última análise a serviço da sobrevivência e reprodução. (...). Mas a seleção natural é a única força evolutiva que atua como um engenheiro, “projetando” órgãos que conseguem resultados improváveis mas adaptativos. P 47<br /><br />...a seleção atua ao longo de milhares de gerações. Durante 99% da existência humana, as pessoas viveram da coleta de alimentos, em pequenos grupos nômades. Nosso cérebro está adaptado a esse modo de vida extinto há muito tempo e não às recentíssimas civilizações agrícolas e industriais. Ele não está sintonizado para lidar com multidões anônimas, escola, linguagem escrita, governo, polícia, tribunais, exércitos, medicina moderna, instituições sociais formais, alta tecnologia e outros recém-chegados à experiência humana. Como a mente moderna está adaptada à Idade da Pedra, e não à era do computador, não há necessidade de forçar explicações adaptativas para tudo o que fazemos. P 53</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-42805320747104212142008-12-31T10:46:00.001-02:002009-01-08T08:32:04.985-02:00CARL GUSTAV JUNG<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><span style="color:#ff0000;"><strong></strong></span></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><span style="color:#ff0000;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Carl Gustav Jung e a psicologia analítica. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição</span></strong><br /></span><br />O ego é o centro da consciência; o self é o centro da psique total, incluindo tanto o consciente quanto o inconsciente. Para Jung, existe uma interação entre os dois. P 89<br /><br />Jung nunca pôde aceitar a insistência de Freud de que as causas da repressão são sempre trauma sexual. Freud, por sua vez, sempre se sentiu desconfortável com o interesse de Jung pelos fenômenos mitológicos, espirituais e ocultos. P 91<br /><br />Jung considerava libido como energia psíquica generalizada, ao passo que Freud insistia intransigentemente que a libido era energia sexual. P 91<br /><br />Em 1944, quando tinha 69 anos, Jung quase morreu após um grave colapso cardíaco. No hospital, ele teve uma poderosa visão em que parecia estar flutuando no espaço, a centena de quilômetros da terra (...). Pela primeira vez, ele viu sua vida como parte de uma grande matriz histórica. Antes de poder entrar no templo, Jung foi confrontado por seu médico, que lhe disse que ele não tinha o direito de deixar a terra naquela hora. Naquele momento, a visão chegou ao fim. P 91-92<br /><br />Ao avaliar os sonhos como a mais importante fonte de informações referentes aos processos inconscientes, Freud devolveu à humanidade uma ferramenta que parecia irrecuperavelmente perdida. P 92<br /><br />Jung formulou uma teoria que incluía tanto o inconsciente pessoal quanto o coletivo. O inconsciente pessoal é composto de memórias esquecidas, experiências reprimidas e percepções subliminares – é semelhante ao conceito de inconsciente de Freud. P 92-93<br /><br />Os conteúdos do inconsciente coletivo, também conhecido como inconsciente impessoal ou transpessoal, são universais e não se enraízam em nossa experiência pessoal. P 93<br /><br />“Compreendi que o inconsciente é um processo, e que a psique se transforma ou se desenvolve pelo relacionamento do ego com os conteúdos do inconsciente” p 93<br /><br />O introvertido se sente mais confortável com o mundo interior de pensamentos e sentimentos. O extrovertido se sente mais à vontade com o mundo dos objetos e das outras pessoas. P 94<br /><br />Os introvertidos vêem o mundo em termos de como este os afeta, e os extrovertidos estão mais interessados em seu impacto sobre o mundo. P 94<br /><br />Os introvertidos interessam-se sobretudo por seus próprios pensamentos e sentimentos, seu mundo interior; eles tendem a ser introspectivos. Um dos perigos para pessoas deste tipo é que, à medida que ficam imersas em seu mundo interior, podem perder o contato com o mundo ao seu redor. P 94<br /><br />Os extrovertidos estão ativamente envolvidos no mundo das pessoas e das coisas; tendem a ser mais sociáveis e mais conscientes do que está acontecendo à sua volta. P 94<br /><br />Jung pressupõe que a mente do bebê já possui uma estrutura que molda e canaliza todo posterior desenvolvimento e interação com o ambiente. Esta estrutura básica é essencialmente a mesma em todos os bebês. P 96<br /><br />O inconsciente coletivo, que resulta das experiências comuns a todas as pessoas, também inclui material de nossa genealogia pré-humana e animal. P 97<br /><br />Jung sugeriu que existe um nível de imagens no inconsciente comum a todas as pessoas. Ele também descobriu uma íntima correspondência entre os conteúdos oníricos dos pacientes e os temas míticos e religiosos encontrados em muitas culturas amplamente dispersas. P 97<br /><br />“Os arquétipos do inconsciente são manifestações dos órgãos do corpo e dos poderes. Os arquétipos têm base biológica” (Campbell, 1988, p. 51) P 98<br /><br />Não existem elementos inconscientes no ego, apenas conteúdos conscientes derivados da experiência pessoal p 99<br /><br />A persona inclui nossos papéis sociais (...). O termo persona vem do latim e significa “máscara”, ou “rosto falso” (...). A fim de funcionar socialmente, todos nós precisamos representar de maneiras que definem nossos papéis p 100<br /><br />A persona tem aspectos tanto negativos quanto positivos. Uma persona dominante pode sufocar o indivíduo,... p 100<br /><br />A persona muitas vezes pode ser crucial para nosso desenvolvimento positivo. À medida que começamos a desempenhar um determinado papel, nosso ego gradualmente vai se identificando com ele. Este processo é fundamental para o desenvolvimento da personalidade. P 100<br /><br />A sombra é uma forma arquetípica que serve como foco para o material que foi reprimido da consciência; seu conteúdo inclui aquelas tendências, desejos e memórias que são rejeitadas pelo indivíduo por serem incompatíveis com a persona e contrárias aos padrões e ideais sociais. P 100<br /><br />A sombra contém todas as tendências negativas que o indivíduo deseja negar, incluindo nossos instintos animais.. p 100-101<br /><br />Quanto mais forte é nossa persona e quanto mais nos identificamos com ela, mais negamos outras partes de nós mesmos. A sombra representa o que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos. P 101<br /><br />Em seu trabalho sobre repressão e neurose, Freud concentrou-se sobretudo em aspectos da sombra. Jung constatou que o material reprimido é organizado em torno da sombra, a qual se torna , em certo sentido, um eu negativo, ou a sombra do ego. P 101<br /><br />Cada porção reprimida da sombra representa uma parte de nós mesmos. Quando mantemos este material inconsciente, limitamos a nós mesmos. À medida que nos tornamos mais cônscios da sombra, recuperamos partes anteriormente reprimidas de nós mesmos. P 102<br /><br />A sombra (...) oferece ao indivíduo acesso a grande parte do material inconsciente valioso que é rejeitado pelo ego e pela persona. P 102<br /><br />Segundo Jung, “Consciente e inconsciente não estão necessariamente em oposição um ao outro, mas complementam um ao outro para formar uma totalidade, que é o self (1928b, p. 175) p 103<br /><br />Um símbolo pode representar a situação psíquica do indivíduo, e ele é aquela situação em um dado momento. P 104<br /><br />“A função geral dos sonhos”, escreveu Jung, “é tentar restaurar nosso equilíbrio psicológico produzindo material onírico que restabeleça, de modo sutil, o equilíbrio psíquico total” (1964, p 50) p 104<br /><br />Tudo que nos acontece, se devidamente compreendido, nos leva de volta a nós mesmos... (1973, p 78) p 106<br /><br />Quando analisamos a persona, retiramos a máscara e descobrimos que o que parecia individual é, no fundo, coletivo; em outras palavras, que a persona era apenas uma máscara para a psique coletiva. Fundamentalmente a persona não é nada real: é uma conciliação entre o indivíduo e a sociedade quanto ao que um homem deveria parecer. P 107<br /><br />Ao tomar consciência das limitações e distorções da persona, tornamo-nos mais independentes de nossa cultura e de nossa sociedade. P 107<br /><br />O reconhecimento de Jung da importância dos símbolos e suas interpretações são contribuições mais importantes que ele fez à psicologia. P 112<br /><br />Memórias esquecidas, experiências reprimidas e percepções subliminares formam o inconsciente pessoal. Os conteúdos no inconsciente coletivo não estão enraizados na experiência pessoal, mas são universais através do tempo e das culturas. P 115<br /><br />As imagens arquetípicas podem ser vistas em muitas culturas e durante muitas épocas históricas, como demonstram os temas comuns nos mitos, contos populares e lendas do mundo. P 115<br /><br />O inconsciente coletivo contém a herança da evolução espiritual da humanidade. P 115</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">SHAMDASANI, Sonu. Jung e a construção da psicologia moderna: o sonho de uma ciência. Aparecida-SP: Editora Idéias & Letras, 2003, 414p.<br /></span></strong><br />Jung comparava o perfil clínico da histeria e da esquizofrenia, resumindo as diferenças ao dizer que o primeiro quadro consistia num movimento centrífugo da libido, ao passo que o segundo era causado por um movimento centrípeto. O movimento centrífugo, no qual interesses da pessoa são predominantemente dirigidos para o mundo exterior, recebeu o nome de extroversão. O movimento centrípeto, no qual o interesse do indivíduo é dirigido para si mesmo, foi denominado de introversão. P 77<br /><br />Jung argumentava que o trabalho de Freud era um exemplo de uma teoria extrovertida, ao passo que o trabalho de Adler representava um exemplo de teoria introvertida. P 77<br /><br />O elemento comum ao trabalho de todos eles era o fato de “o inconsciente ser elevado à condição de uma força mística que instala um despotismo secreto no indivíduo” (37). A limitação desse dualismo interno da personalidade, desse sujeito dividido, era sua ânsia essencial ser concebida de maneiras diferentes conforme a escola. P 87<br /><br />Quer sejam vistos como realizações de desejo ou compensações, os sonhos são amplamente entendidos como revelações da personalidade, oriundas do inconsciente, e essa noção parece ser o legado de Freud e Jung. P 117<br /><br />Entre os psicoterapeutas, os jungianos são largamente considerados aqueles que mais dão ênfase aos sonhos. P 119<br /><br />Em 1923, em O ego e o Id, Freud afirmou que a maior parte das pessoas versadas em filosofia não poderia simplesmente conceber que algo psíquico não fosse também consciente. Ele explicava que isso era causado pelo fato de nunca terem estudado os sonhos e a hipnose (SE 19, 13). Essa afirmação levaria a pessoa a concluir que, estudando os sonhos e a hipnose, ela conseguiria compreender o que a tradição filosófica tinha considerado impensável, e que a psicanálise havia conseqüentemente superado a tradição filosófica. P 121<br /><br />Descartes (1596-1690) ponderava sobre o fato de que, em seus sonhos, a pessoa podia ter as mesmas experiências que os loucos tinham quando acordados, ... p 122<br /><br />...para Descartes o sonho era principalmente usado como argumento que destruía a autoridade da experiência ssensorial, em vez de como argumento que destruía a autoridade da experiência sensorial, em vez de como objeto de pesquisa propriamente dita (1968, 26). P 122<br /><br />Para os cartesianos, os sonhos eram a forma assumida pelos pensamentos durante o sono. P 122<br /><br />Por exemplo, em Princípios da compreensão humana (1671), o filósofo inglês John Locke (1623-1704) disse: “Os sonhos do homem adormecido são, em minha forma de ver, todos constituídos pelas idéias do homem acordado, embora, em sua maior parte, reunidas de maneira incomum” (41). Locke defendia um modelo subtrativo para o sonho, considerando que sonhar era ter idéias não sugeridas pelos objetos externos. P 122<br /><br />A própria antiguidade do gênero era invocada como testemunho da veracidade dos simbolismos oníricos. Benedetto Gentille começava o Livro dos sonhos ou Oniroscópio, de 1882, citando a crença na adivinhação dos sonhos alimentada pelos egípcios, caldeus, gregos e romanos (6). P 123<br /><br />Em vez de entender o sonho como uma condição derivada inferior da consciência da pessoa acordada, este passou a ser entendido como um estado superior. O médico-filósofo Ignaz Toxler (1780-1866) considerava o sonho “a revelação da própria essência da pessoa”. P 126<br /><br />O estudo mais proeminente dos sonhos foi realizado em 1814, por Gotthilf Heinrich Schubert, e se chamou O Simbolismo dos sonhos.(...). A alma de expressa mais plenamente nos sonhos. A linguagem dos sonhos era mais apropriada a sua natureza do que a linguagem natural, e infinitamente mais expressiva (1814, 35). Os sonhos originavam-se do “poeta escondido em nós”, esua linguagem era poética e metafórica. P 126<br /><br />A linguagem onírica era uma atividade natural da alma. P 126<br /><br />Ele salientava a função protetora dos sonhos. Uma grande parte de nossas imagens oníricas parecia ser o produto de um espírito benfazejo, que nos protege. A associação de idéias da consciência, nos sonhos, era diferente da associação mental que acontecia com a pessoa acordada, e oposta a esta: p 126<br /><br />Desde a Antiguidade, o principal uso dos sonhos na medicina era como recurso diagnóstico. Consideravam que os sonhos revelavam o verdadeiro estado do corpo. Essa abordagem continuou em evidência durante o século XIX, e foi apresentada em 1830 por Robert Macnish (1802-1837), em seu popular A filosofia do sonho.(...). As condições essenciais ao sonhar eram a suspensão dos julgamentos, acompanhada de um estado ativo da memória e da imaginação (50). Os sonhos tinham uma significativa função mnemônica, pois eram capazes de trazer à mente acontecimentos que haviam sido esquecidos, ... p 128<br /><br />Em sua crítica da razão (1790), Kant havia proposto que os sonhos tinham a finalidade de estimular os órgãos vitais por meio da imaginação. P 129<br /><br />O médico alemão Johann Reil (1759-1813), que foi quem cunhou o termo “psiquiatria”, considerava os sonhos análogos à loucura: “Nos sonhos, sempre estamos de lá para cá no que parecem espaços, tempos e nossa pessoa. Saltamos de uma parte do mundo para outra, de um século para outro, e desempenhamos todos os papéis, de rei a mendigo, que a fantasia mágica nos confere. Ocorre precisamente o mesmo na loucura, que é o sonho com a pessoa acordada (1803, 87). P 131<br /><br />Em meados do século XIX, um dos mais conhecidos manuais de psiquiatria era intitulado Patologia e terapêutica da mente, do psiquiatra alemão Wilhelm Griesinger. [...]. Em pessoas perturbadas, os sonhos realizavam o que a realidade lhes havia recusado. Assim, ele afirmava que, nos sonhos e na insanidade, era comum constatar-se a realização imaginária dos desejos, e a reversão de decepções. P 131<br /><br />De acordo com Havelock Ellis, foi Maury (Alfred Maury) quem, em 1861, inaugurou o estudo moderno dos sonhos (1991, vi).[...]. No sonho, a pessoa é então inteiramente revelada a si mesma, em toda a sua nudez e miséria original. Uma vez que nele está suspensa a ação de sua vontade, a pessoa torna-se um joguete de todas as suas paixões, das quais, quando está acordada, se defende com os sentimentos da honra e do medo (1861, 88). P 133<br /><br />Com a expressão dos conceitos de memória e herança, estava aberto o caminho para que os sonhos fossem concebidos como reanimações de lembranças culturais ou ancestrais. Em 1876, o psicofisiologista britânico Thomas Laycock (1812-1876) afirmou que, nos sonhos, retrocedemos para um tempo anterior ao de nossos ancestrais imediatos, alcançando o “substrato da raça nascida desde a vida selvagem vivida em eras remotas”. P 134<br /><br />Em 1861, Karl Albert Scherner, filósofo da Universidade de Breslau, publicou um estudo intitulado A vida do sonho. (...). Scherner dizia que a atividade psíquica nos sonhos se expressava por meio de uma linguagem simbólica, e que era possível interpretá-la. Enquanto estava dormindo, a pessoa era dotada de uma maior sensibilidade às sensações corporais. Estas se traduziam em imagens oníricas. Por conseguinte, a maior parte desse simbolismo se relacionava o com o corpo humano. Ele enfatizava do simbolismo sexual disfarçado nos sonhos. P 135-136<br /><br />No dia 12 de março de 1880, Francis Galton escrveu para Sully: [...]. Havia três maneiras principais de considerar os sonhos como revelações. (...). O sonho “desnuda o ego de suas camadas artificiais e o expõe em toda a sua rude e primitiva nudez. Ele traz, desde as escuras profundezas de nossa vida subconsciente os impulsos primários instintivos” (358). A segunda perspectiva consistia numa analogia entre os fenômenos da personalidade dupla ou alternada, o transe hipnótico e os sonhos. Utilizando uma noção da multiplicidade do si-mesmo que lembrava fortemente o modelo proposto por William James em Princípios de psicologia, ele argumentava que os sonhos eram meios de preservar essas sucessivas personalidades. (...) Na terceira modalidade, ele afirmava que os sonhos davam livre vazão às características e tendências individuais. Na vida social, uma grande parte de nossos traços mais vitais e profundos é “reprimida e atrofiada” (363). Ele defendia que eram precisamente tais aspectos que os sonhos revelavam. P 136-137<br /><br />Em 1875, o filósofo alemão Johannes Volkelt produziu um estudo intitulado A fantasia onírica. [...]. Em conclusão, ele postulava que as indagações milenares da filosofia poderiam ser enfim respondidas com um exame dos sonhos: “O enigma do mundo, para cuja solução os filósofos vêm há muito tempo se esforçando de maneira geralmente inútil, é praticamente solucionado todas as noites nos sonhos... Neles, estamos próximos da camada mais interior da vida.. (208)”. p 139<br /><br />Em 1893, antes de Freud ter comparado o sonho a um sintoma histérico, Janet estendeu essa analogia para englobar a histeria: “Os histéricos não se contentam com sonhar constantemente à noite; eles sonham o dia inteiro” (1893,201). O significado terapêutico dos sonhos era que, em geral, eles revelavam o evento patogênico. P 141<br /><br />O subconsciente era considerado uma espécie de sonho contínuo. Rosimarie Sand diz que Janet, Charcot e Karfft-Ebing “eram familiarizados com idéias que, mais tarde, surgiriam como conceitos essenciais da teoria freudiana dos sonhos. (...). Pierri Janet acreditava que as causas da histeria eram freqüentemente retratadas nos sonhos, e os utilizava para monitorar o relacionamento terapêutico com ele mesmo. Richard Von Krfft-Ebing pensava que os desejos sexuais inconscientes poderiam ser detectados nos sonhos (1992, 215)” p 141<br /><br />...o psicólogo suíço Theodore Flournoy (1854-1920) levava a vantagem de ser tanto médico quanto filósofo. (...). Ao anotar seus sonhos, Flournoy entendia que a fonte de suas imagens oníricas estava as experiências que havia tido antes de dormir. [...]. Flournoy publicou Da Índia ao planeta Marte, um estudo de uma médium espírita. A médium de Flournoy, cujo pseudônimo era Hélène Smith, alegava ser a reencarnação da Maria Antonieta, da princesa hindu Simandini, e uma freqüente visitante do planeta Marte. (...). Flournoy dizia que os romances espiritualistas (...) eram análogos a sonhos, e explicavam que eram o produto de uma espécie de incubação subconsciente. Seu conteúdo consistia em criptomnésias, termo que havia cunhado para expressar o fato de que “certas lembranças esquecidas reaparecem no sujeito para que ele enxergue nelas algo novo” (1900/1994, 8) p 145-146<br /><br />Retomando a noção de devaneios subconscientes de Janet, ele dizia que (...) as produções da médium representavam apenas irrupções momentâneas de um sonho subliminar latente. (...) Essas fantasias serviam a duas funções: eram compensações das dificuldades que a pessoa sofria na vida, e tinham uma função teleológica . Ele designava essa última função com a expressão “automatismos teleológicos”, com o que ele queria dizer impulsos úteis e protetores que preparavam o futuro. De maneira significativa, ele entendia que os sonhos não se referiam exclusivamente ao passado, mas possuíam também uma dimensão futura. P 146<br /><br />Jung [...]. Ele descrevia os sonhos como expressões simbólicas dos complexos. Estes, que se haviam revelado nos experimentos de associação, também constelavam os sonhos (OC 2, §844). Em sua análise do caso, Jung refazia o trajeto dos sonhos da paciente, coligando-os a um complexo sexual. O complexo, qualquer que fosse ele, datando de qual época fosse, poderia ser revelado num sonho, e nem todos os complexos envolviam desejos. P 151<br /><br />Jung considerava os sonhos a expressão simbólica dos complexos (OC 3, §140). Quanto à formação dos sonhos a partir dos complexos, ele observou: “Flournoy indicou as raízes dos complexos nos sonhos da famosa Hélène Smith. Eu considero o conhecimento desses fenômenos indispensável ao entendimento dos problemas discutidos aqui” (§298, trad. Mod.) p 153<br /><br />Jung ficou insatisfeito com essa interpretação em termos pessoais. Bennet notou que “Jung achava a manipulação dos sonhos que Freud realizava um caso de sua tendência para fazer com que os fatos se encaixassem em sua teoria” (...). Foi nessa momento que ele chegou a uma concepção dos sonhos completamente diversa da apregoada por Freud, a saber, que o sonho era a natureza: “O inconsciente tem uma função natural, da qual a consciência é totalmente dependente. [...]. Tomando-se esses depoimentos em conjunto, ele parece ter entendido esse sonho como indício de que os sonhos revelam não só recordações pessoais, mas também culturais. Os sonhos poderiam ser considerados a via régia de acesso à história cultural. P 157<br /><br />...o psicanalista Karl Abraham (1877-1925) descrevia os mitos como fantasias de um povo (...). Abraham tentava explicar a analogia entre mitos e sonhos, dizendo que os mitos eram os remanescentes da infância de um povo. Eram fragmentos da vida psíquica infantil dos povos, contendo em forma velada seus desejos infantis pré-históricos (180). Assim, os mitos poderiam ser considerados os sonhos de um povo. P 157<br /><br />Jung afirmou que os sonhos não eram egocêntricos. A natureza sempre expressa os propósitos da espécie, e o neurótico sofre devido a seu egocentrismo. Conseqüentemente, o sonho funciona como uma correlação biológica, e representa a “moralidade biológica”. P 162<br /><br />Enquanto Freud alegava que a origem do sonho estava num desejo incompatível do dia anterior, Jung propunha que ela estava num problema ainda não resolvido do dia anterior. Depois, tratava do verdadeiro significado do sonho, que ele alegava estar na solução de um problema, apresentada em pinceladas simbólicas. P 163<br /><br />Como o sonho trazia material subliminar até o plano da consciência, exercia uma função compensatória e, na medida em que indicava simbolicamente uma solução, tinha uma função finalista. P 163<br /><br />Se Freud fora o primeiro a compreender que os sonhos tinham significado, Jung era supostamente o primeiro a compreender seu verdadeiro sentido. P 165<br /><br />O que Maeder, Adler e Jung estavam propondo era uma versão psicológica do sonho profético e diagnóstico. P 165<br /><br />Em 1916, Jung tinha usado o termo “arquétipo” para designar as imagens mitológicas filogenéticas.. (...). Além de propor uma função de orientação futura ou prospectiva para o inconsciente, ele afirmava que essa função promovia o processo de desenvolvimento individual. P 171<br /><br />Jung realizou algumas pesquisas clínicas de “negros”, que o convenceram de que os padrões coletivos não só eram herdados racialmente, como eram ainda universais. Foi a presença de motivos obscuros da mitologia clássica nos sonhos desses pacientes que impressionou Jung. Com base nesses casos, ele afirmou que a aparente similaridade transcultural dos motivos oníricos era evidência de uma camada universalmente humana do inconsciente, o inconsciente coletivo, fonte dessas imagens. P 177<br /><br />Para Kant, a questão era determinar que forma a cognição deveria adotar para tornar possível uma experiência do mundo. (...). Dizia que, apesar de indubitável que todo conhecimento começa com a experiência, não era de modo algum o caso de ele ser totalmente derivado dela, como defendiam os empiristas Locke e Hume. O conhecimento puro consistia em noções universais a priori que não eram derivadas da experiência. P 189<br /><br />O inconsciente era a fonte primordial da vida. O desenvolvimento da vida era teleológico “certa meta, uma antecipação, deve existir inconscientemente para que a vida se desenvolva nessa direção e aspire alcançá-la” (22). P 195<br /><br />O desenvolvimento de conceitos do inconsciente na filosofia alemã, que não foram assimilados pelas filosofias britânica e francesa, culminou no trabalho de Eduard vom Hartmann (1842-1906). Seu principal trabalho, A filosofia do inconsciente. O inconsciente forma e preserva o organismo e, por intermédio dos instintos, preserva o indivíduo e a espécie. Ele entendia que havia uma pluralidade de instintos: autopreservação, vergonha, nojo, modéstia, gratidão, amor maternal, e também os instintos sexuais, sociais e de aquisição. (...). O inconsciente é atemporal e a-espacial, e nunca erra. P 196<br /><br />Nietzsche postulou uma série de instintos e impulsos, entre os quais incluiu o da formação de bandos, o social, um instinto de liberdade, o maternal, o religioso, o da crueldade, o científico, um instinto para a hierarquização, para a limpeza, para a defesa e o ataque, e o impulso causal. Todos esses impulsos e instintos, considerados num nível fundamental, eram manifestações da vontade de poder. P 213<br /><br />Todo impulso tinha a tendência de tornar-se dominante..... p 214<br /><br />A ligação estabelecida (...) entre a vontade de Schopenhauer e a libido também é retomada (...). “A Schopenhauer, devo a visão dinâmica da psique; a 'vontade' é a libido que está no fundo de tudo” (De Ângulo, 1952, 204).<br /><br />Ele comentou que, na natureza, o instinto para a preservação da espécie [Instinkt der Arterhaltung] e o instinto de autopreservação [Instinkt der Selbsterhaltung] eram indistintos, e só se podiam ver o impulso de vida [Lebenstrieb] e o desejo de viver [Willen zum Dasein]. Jung afirmava que essa concepção coincidia com a formulação do conceito de vontade por Schopenhauer. Portanto, libido se relacionava com toda forma de desejo. P 242<br /><br />Jung acrescentava que o conceito freudiano de libido “é entendido de maneira tão inócua que Claparède comentou comigo, certa feita, que se poderia usar perfeitamente uma outra palavras, como “interesse”. p 243<br /><br />“não difere muito da de Schopenhauer e de Nietzsche em Wille zur Macht, ou do élan vital, de Bergson, da 'força vital' de Shaw e o 'impulso vital' de tantos outros autores, todos eles equivalentes ao que Freud denomina de Libido”. P 245<br /><br />Em sua revisão de 1913 de Transformações e símbolos da libido, Flournoy acolheu favoravelmente a reformulação de Jung para o conceito de libido. Disse que, nesse trabalho, a libido se tornara equivalente à “vontade de viver” de Schopenhauer, à “energia” de Ostwald e ao “élan vital” de Bérgson. P 246<br /><br />A psicologia dos processos inconscientes, Jung definiu o inconsciente absoluto ou coletivo como “resíduo de todas as experiências do mundo, de todas as épocas e, portanto, também uma imagem do mundo, que vem sendo construída desde o alvorecer dos tempos”. P 254<br /><br /><br />O que Jung estava propondo era uma audaciosa ampliação desse conceito, para além do alcance da memória individual, a fim de abranger a memória da humanidade. Sua suposição era que nada que a humanidade já tenha vivido está verdadeiramente perdido. Os resíduos das experiências passadas deixam suas marcas no inconsciente coletivo, que não é mais do que a herança coletiva da humanidade. P 254<br /><br />Para Jung, a herança filogenética não consistia apenas dos resíduos de modos de funcionamento humano, mas também continha resíduos funcionais dos ancestrais animais. P 254-255<br /><br />O inconsciente coletivo é “o depósito de todas as experiências humanas, desde seus mais remotos primórdios” ((§339). Esse depósito não era inerte, mas formava um “sistema vivo de reações e aptidões que determinam a vida individual de maneiras invisíveis”. O inconsciente coletivo continha toda a herança mental ou espiritual da evolução da humanidade, que “renascia outra vez na estrutura cerebral de cada novo ser humano (§342). P 259<br /><br />A tarefa da psicoterapia consiste em encontrar o antigo no moderno, e depois reconciliar os dois. Teorias da memória filogenética, ancestral ou orgânica, há muito tempo descartadas pela biologia, nas primeiras décadas do século XX, foram preservadas e institucionalizadas na psicoterapia. P 260<br /><br />Os arquétipos agiam de maneira análoga aos instintos. Da mesma maneira como estes compeliam o homem a uma conduta de vida especificamente humana, os arquétipos compeliam a intuição do homem e sua compreensão de maneiras especificamente humanas. Assim, o inconsciente coletivo consistia em instintos, de um lado, e arquétipos de compreensão, de outro. P 263<br /><br />Para Jung, “o processo da cultura consiste em dominar cada vez mais o animal que há no homem” (OC 7, §427, trad. mod). Entretanto, esse processo de domesticação poderia não ocorrer sem uma rebelião por parte da “natureza animal”. Essa rebelião havia se tornado aguda após a revolução industrial, porque o crescimento de cidades de vários tamanhos, junto com a progressiva industrialização, removera as possibilidades de saída para a expressão de energias afetivas. Dessa maneira, as pessoas das cidades acabavam acumulando excesso de energia. No entanto, essa energia sexual contida entra em conflito com “a moralidade até certo ponto ascética e dotada de uma tendência sexualizada especialmente hipócrita, vigente em nossos tempos” (§430, trad. mod). O resultado desse conflito é a neurose, que representava “uma tentativa mal-sucedida por parte do indivíduo, de solucionar o problema geral em sua própria pessoa”. P 272<br /><br />Para Jung, foi a expansão do cristianismo, junto com a industrialização, que acarretou o problema com os impulsos, a animalidade e a sexualidade. P 273<br /><br />...quando as pessoas conseguiam uma melhor relação com seu próprio “animal interior”, conseguiam valorizar mais a vida. Viver iria tornar-se o princípio moral absoluto, e o indivíduo reagiria instintivamente contra qualquer instituição que promovesse a destruição da vida. P 273<br /><br />A exclusão do animal teve alguns efeitos sobre o homem, pois ele é dotado de certa dose de libido destinada ao relacionamento com a natureza e com os outros seres vivos. O costume moderno de ter animais de estimação é uma tentativa de satisfazer essa necessidade. Quando essa libido é reprimida no inconsciente, assume formas mais primitivas. Um exemplo disso é o instinto de formação de bandos, na psicologia de massa, agravado pelos imensos contingentes de habitantes apinhados em cidades. Grandes massas constelam o lado animal e grandes organizações são como bestas selvagens em busca de presas. A falta de respeito pelo “irmão animal” desperta o animal em nós. Para que uma verdadeira humanidade seja possível, é necessário que haja uma relação com os animais. Ao mesmo tempo, a libido para se relacionar com os animais ainda estava presente no homem, e produzia símbolos que apareciam nos sonhos. Como conseqüência, o aparecimento dos animais nos sonhos assumia um significado especial. Os sonhos de voar ou nadar, possivelmente, continham “depósitos raciais” das épocas em que nossos ancestrais animais haviam permanecido no mar. P 274<br /><br />O que precisava era um equilíbrio entre a civilização e a animalidade: “O que precisava era um equilíbrio entre a civilização e a animalidade: “O excesso de animalidade distorce o homem civilizado, mas o excesso de civilização [Kultur] deixa os animais doentes” (§32). p 275<br /><br />Na psicologia da personalidade, a linguagem dos instintos foi sendo progressivamente substituída por conceitos como necessidades, motivos e impulsos. ”Instinto, como substantivo, é uma palavra a ser evitada”, escreveu o psicólogo americano Henry Murray (que fora aluno de Jung), ... p 277<br /><br />.Jung, (...), ele considerava a perda do contato com os instintos um sintoma da patologia da modernidade. P 284</span><br /><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">“A vida do instinto, como o elemento mais conservador do homem, sempre se expressou em costumes tradicionais. Convicções e costumes muito antigos estão profundamente conectados com os instinto”. Quando as tradições se desfazem, a consciência torna-se desvinculada dos instintos e perde suas raízes. [...]. Assim, o inconsciente coletivo é cultural e politicamente conservador. P 284</span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A alienação contemporânea da pessoa em relação a seus instintos era exemplificada pela maneira como o homem moderno se identificava com seu conhecimento consciente de si mesmo, o qual era determinado por seu meio ambiente. (...). Nas sociedades contemporâneas, era o cidadão urbano quem mais estava distante dos instintos. P 285<br /><br />O que estava claro era que a idéia de arquétipo tinha suplantado a idéia fatalista da mente como tabula rasa; daí em diante, tornava-se preciso então esclarecer o sentido dessa idéia. P 286<br /><br />...a psique humana, à semelhança dos estratos da crosta terrestre ao longo dos séculos, recebia o depósito de numerosas gerações de seres humanos e influenciava as ações das pessoas contemporâneas, na forma de um inconsciente coletivo comum. P 286<br /><br />Embora fosse perigoso para uma só pessoa satisfazer esses instintos, ser absorvida pela multidão permitia-lhe resolver isso, com toda a impunidade. Dos antropólogos evolutivos, Le Bom usou a equação do primitivo com o pré-histórico. As massas eram caracterizadas pelo contágio, e ninguém estava livre dessa influência arrabatadora: “Isolado, o indivíduo pode até ser culto; na massa, é um bárbaro”. P 309<br /><br />Cada pessoa possui um inconsciente pessoal, cujos conteúdos são adquiridos ao longo da vida, juntamente com fatores psicológicos que também poderiam ser conscientes. Ao lado desses fatores, os indivíduos tinham em comum conteúdos coletivos. P 326<br /><br />Jung chegou até a afirmar que “um dos maiores responsáveis pela desindividualização é o racionalismo científico natural,... p 366</span></p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span> </p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2006, 497p.</span></strong><br /><br />O sonho acrescentava à minha situação consciente que acabo de descrever outras camadas de consciência: [...]. Remontava, evidentemente, às bases da história das civilizações, que é uma história dos estados sucessivos da consciência. Descrevia, como um diagrama estrutural da alma humana (...) pela primeira vez, na existência de um a-priori coletivo da psique pessoal, a-priori que considerei primeiramente como sendo vestígios funcionais anteriores. Só mais tarde, quando minhas experiências se multiplicaram e meu saber se consolidou, reconheci que esses modos funcionais eram formas do instinto: os arquétipos. P 196<br /><br />As imagens originais e a essência dos arquétipos passaram a ocupar o cnetro de minhas pesquisas; tornou-se evidente para min que não poderia existir psicologia, e muito menos psicologia do inconsciente, sem base histórica. P 245<br /><br />Tive um sonho que, segundo meu sentimento, representava a súmula dessa experiência; estava habituado a viver sempre, simultaneamente, em dois planos: um, consciente, que queria compreender – e não conseguia – e o outro, inconsciente, que desejava se exprimir – e só fazia mediante o sonho. P 287<br /><br />Mas por outro lado a infância tem a seu favor, devido à ingenuidade e inconsciência, o poder de esboçar uma imagem mais completa do si-mesmo, do homem total em sua individualidade autêntica. P 289<br /><br />Quando viajo pela África a fim de encontrar um lugar psíquico exterior ao europeu, meu desejo inconsciente é encontrar em mim essa parte da personalidade, tornada invisível sob a influência e a pressão do fato de ser europeu. Essa parte está em oposição inconsciente ao que sou, porque não lhe concedo lugar. P 289<br /><br />É a lembrança de uma possibilidade de vida ainda existente, mas mascarada pela civilização. Revivê-la em toda espontaneidade equivaleria a uma recaída na “barbárie”. Portanto, preferimos esquecê-la. Mas se ela voltar a nós sob a forma de um conflito, é preciso mantê-la na consciência e confrontar, uma com a outra, as duas possibilidades – a que vive e a que se esqueceu. Pois se não tivessem havido razões suficientes, o que parece esquecido não teria manifestado de novo. P 291<br /><br />A viagem que realizei (...) ao Novo México, onde habitam os índios pueblos, (...). Era chefe dos pueblos Taos, homem inteligente, de quarenta e cinco anos. Chamava-se Ochwiay Biano – Lago das Montanhas. (...). “Veja”, dizia Ochwiay Biano, “como os brancos têm um ar cruel. (...). Os brancos sempre desejam alguma coisa, estão sempre inquietos, e não conhecem o repouso. Nós não sabemos o que eles querem. Não os compreendemos e achamos que são loucos!”. Perguntei-lhe então por que pensava que todos os brancos eram loucos. Respondeu-me: “Eles dizem que pensam com suas cabeças.” – Mas naturalmente! Com o que pensa você? – perguntei admirado. – Nós pensamos aqui – disse ele, indicando o coração. Caí numa profunda reflexão. Pela primeira vez na minha vida alguém me dera uma imagem do verdadeiro homem branco. (...) Esse índio encontrara nosso ponto vulnerável e pusera o dedo naquilo em que somos cegos. P 293<br /><br />Era o bastante. Aquilo a que damos o nome de civilização, missão junto aos pagãos, expansão da civilização etc. tem uma outra face, a de uma ave de rapina cruelmente tensa, espreitando a próxima vítima, face digna de uma raça de larápios e de piratas. Todas as águias e outros animais rapaces que ornam nossos escudos heráldicos me parecem os representantes psicológicos apropriados de nossa verdadeira natureza. P 294<br /><br />A anima do homem é carregada de um caráter eminentemente histórico. Como personificação do inconsciente é embebida de história e pré-história. Encerra os conteúdos do passado e substitui no homem o que ele deveria conhecer de sua pré-história. Toda a vida que foi no passado e que nele ainda vive constitui a anima. P 334<br /><br />...os homens, hoje, se identificam freqüentemente apenas com a consciência e imaginam ser apenas aquilo que conhecem de si próprios. Ora, todo homem que de leve suspeita o que seja a psicologia poderá facilmente imaginar que este saber é muito limitado. O racionalismo e a doutrinação são doenças do nosso tempo; pretendem ter resposta para tudo. P 348<br /><br /><br /><br />O homem deve provar que fez o possível para formar uma concepção ou uma imagem da vida após a morte – ainda que seus esforços sejam confissão de impotência. Quem não o fez, sofreu uma perda. Porque a instância interrogativa que fala nele é uma herança muito antiga da humanidade, um arquétipo, rico de uma vida secreta que desejaria juntar-se à nossa vida para perfazê-la. P 350<br /><br />Os mitos são formas antiqüíssimas da ciência. Quando falo do que pode ocorrer depois da morte, estou sendo animado por uma emoção interior e não posso me valer senão de sonhos e de mitos. P 352<br /><br />Se admitirmos que há uma continuação no “além”, só poderemos conceber um modo de existência que seja psíquico, pois a vida da psique não tem necessidade de espaço ou tempo. A existência psíquica – e sobretudo as imagens interiores de que nos ocupamos desde agora – oferecem matéria para todas as especulações míticas sobre uma vida no além, e esta eu a represento como um caminhar progressivo através do mundo das imagens. Desse modo a psique poderia ser essa existência na qual se situa o “além” ou o “país dos mortos”. Inconsciente e “país dos mortos” seriam, nessa perspectiva, sinônimos. P 369<br /><br />Na velhice deixamos que as lembranças se desenrolem diante do olho interior e encontramo-nos a nós mesmos através das imagens interiores e exteriores do passado. É como se fosse o primeiro passo, uma preparação para a existência no além, da mesma maneira que, segundo a concepção de Platão, a filosofia é uma preparação para a morte. P 369-370<br /><br />Tudo o que podemos dizer é que existe uma certa probabilidade de que alguma coisa se conserve além da morte física. P 372<br /><br />O indivíduo, porém, é, em regra geral, de tal modo inconsciente, que não percebe suas possibilidades de decisão; por isso procura ansiosamente as regras e as leis exteriores às quais possa ater-se nos momentos de perplexidade. Abstração feita das insuficiências humanas, a educação é em grande parte a culpada por esse estado de coisas: ela procura suas normas exclusivamente no que é normal, e nunca se refere à experiência pessoal do indivíduo. P 380<br /><br />...se bem que exista em muitos indivíduos modernos a possibilidade de um conhecimento profundo de si mesmo. Tal conhecimento é necessário, pois só em função dele pode-se atingir aquela camada profunda, aquele núcleo da natureza humana no qual se encontram os instintos. P 381<br /><br />A melhor maneira do indivíduo se proteger do risco de confundir-se com os outros é a posse de um segredo que queira ou deva guardar. P 393<br /><br />....ainda não se compreendeu que é tarefa do indivíduo ficar de pé, por si mesmo, e ser diferente dos demais. Todas as identidades coletivas, quer se refiram a organizações, profissões de fé relativas a tal ou qual ismo etc., ameaçam e se opõem ao cumprimento dessa tarefa. P 394<br /><br />Assim como o iniciado, graças ao segredo da sociedade, não se marginaliza e participa de uma coletividade menos diferenciada, o indivíduo isolado tem necessidade, para caminhar solitário, de um segredo que, por qualquer motivo, não deva nem possa revelar. Tal segredo o obriga a isolar-se em seu projeto individual. Muitos indivíduos não podem suportar tal isolamento. São os neuróticos que brincam de esconde-esconde com os outros e consigo mesmo, sem se levar a sério, nem mesmo aos outros. Em regra geral, essas pessoas sacrificam sua meta individual à necessidade da adaptação social. P 395<br /><br />O corpo tem uma pré-história anatômica de milhões de anos – o mesmo acontece com o sistema psíquico. P 400<br /><br />As manifestações dos arquétipos repousam sobre precondicionamentos instintivos e nada têm a ver com a razão; além de não serem fundadas racionalmente, não podem ser afastadas por uma argumentação racional. Foram e são desde sempre partes da imagem do mundo, “representações coletivas” (...). O eu e sua vontade desempenham, certamente, em grande papel. P 405<br /><br />O homem, como parte, não compreende o todo. Ele é subordinado a ele, está à sua mercê. Quer concorde ou se revolte, está preso ao todo, cativo dele. Depende dele, e sempre tem nele seu fundamento. P 407<br /> <br />Minha solidão começa com a experiência vivida em sonhos precoces e atinge seu ápice na época em que me confrontei com o inconsciente. Quando alguém sabe mais do que os outros, torna-se solitário. Mas a solidão não significa, necessariamente, oposição à comunidade; ninguém sente mais profundamente a comunidade do que o solitário, e esta só floresce quando cada um se lembra de sua própria natureza, sem identificar-se com os outros. P 410</span></p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span> </p><p> </p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></p></span><br /><br /></span><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-21230926737144614982008-12-31T10:45:00.000-02:002008-12-31T10:50:00.682-02:00ABRAHAM MASLOW<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"></span></span><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER. Abraham Maslow e a psicologia transpessoal. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição<br /></span></strong><br />Na visão de Goldstein, todo organismo tem um impulso básico: “[O] organismo é governado pela tendência a realizar, tanto quanto possível, suas capacidades individuais, sua 'natureza' no mundo” (1939, p.196) p 388<br /><br />Goldstein alegava que a liberação de tensão é um impulso forte, mas somente em organismos enfermos. Para um organismo saudável, o objetivo principal é “a formação de um certo nível de tensão, isto é, aquele que torna possível mais atividade ordenada” (1939, p. 195-196) p 388<br /><br />Um impulso como a fome é um caso especial de auto-realização, em que se busca a redução de tensão para devolver o organismo à condição ideal para maior expressão de suas capacidades. Entretanto, somente em situação extrema esse impulso se torna opressor. P 388<br /><br />...organismo auto-realizado saudável provoca esse choque por aventurar-se em novas situações a fim de utilizar suas capacidades. Para Goldstein (e também para Maslow), a auto-realização não livra o indivíduo de problemas ou dificuldades; pelo contrário, o crescimento pode trazer uma certa quantidade de dor e sofrimento. P 388<br /><br />Maslow definia neurose e desajuste psicológico como doenças de deficiência; ou seja, elas são causadas pela privação de certas necessidades básicas, assim como a ausência de certas vitaminas causa doença. P 389<br /><br />Viver no nível das necessidades superiores significa maior eficiência biológica, maior longevidade, menos enfermidade, melhor sono, apetite, etc. (Maslow, 1948) p 389<br /><br />Segundo Maslow, necessidades mais básicas precisam ser satisfeitas antes que necessidades menos críticas sejam atendidas. P 389<br /><br />Mais comumente, as pessoas auto-realizadas vêem a vida com clareza. Elas são menos emotivas e mais objetivas, menos tendentes a permitir que esperanças, medos ou defesas do ego distorçam suas observações. P 390<br /><br />Um dos principais pontos de Maslow é que nós estamos sempre desejando alguma coisa e raramente alcançamos um estado de completa satisfação, sem metas ou desejos. Sua hierarquia de necessidades é uma tentativa de prever que tipos de desejos vão surgir quando os anteriores estiverem suficientemente satisfeitos e não dominarem mais o comportamento. P 390<br /><br />Quando os queixosos se frustram por causa da imperfeição do mundo, da falta de justiça, e assim por diante, este é um sinal positivo, pois significa que, apesar de um alto grau de satisfação básica, as pessoas estão lutando por mais aperfeiçoamento e crescimento. P 391<br /><br />A busca de satisfação das necessidades superiores é em si um indicador de saúde psicológica. Maslow afirma que a satisfação de necessidades superiores é intrinsecamente mais gratificante e que a metamotivação é uma indicação de que o indivíduo foi além do nível de funcionamento por deficiência</span>. P 398</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-11998812626994978142008-12-31T10:44:00.001-02:002008-12-31T10:48:53.006-02:00ALFRED ADLER<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Alfred Adler e a psicologia individual. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição</span></strong><br /><br />O argumento de Adler de que as metas e experiências têm maior influência sobre o comportamento do que as experiências passadas foi um dos maiores motivos de seu rompimento com Freud. P 120<br /><br />Meta de superioridade, ou conquista de seu ambiente. Ele enfatizou tanto o efeito das influências sociais sobre o indivíduo quanto a importância do interesse social. P 120<br /><br />Em contraste com a maioria das outras teorias psicológicas abordadas neste livro, a psicologia individual não é uma psicologia profunda; ou seja, ela não pressupõe forças e constructos intangíveis profundos na psique. Adler desenvolveu uma psicologia de contexto, em que o comportamento é compreendido em termos do ambiente físico e social. P 120<br /><br />Adler, que via a sexualidade como expressão de nossa personalidade e não como motivador fundamental, se opôs à asserção da primazia da libido. Ele sugeriu um impulso fundamental diferente, o impulso do poder. P 122<br /><br />Segundo Adler, as tentativas iniciais das crianças de se adaptarem a seu ambiente podem resultar em sua escolha de dominar os outros como meio de adquirir auto-estima e obter êxito. P 123<br /><br />Na verdade, um órgão fraco pode se desenvolver a ponto de tornar-se a maior força da pessoa. P 125<br /><br />As crianças são relativamente pequenas e indefesas no mundo dos adultos. Para as crianças, controlar seu próprio comportamento e libertar-se da dominação dos adultos é um interesse primordial. Desta perspectiva, o poder é visto como o primeiro bem; e a fraqueza, como primeiro mal. O esforço para obtenção do poder é a primeira compensação da criança para o senso de inferioridade. Sentimentos moderados de inferioridade podem motivar o indivíduo para realizações construtivas. P 124<br /><br />Os sentimentos de inferioridade não são em si anormais. Eles são a causa de todas as melhorias na posição da humanidade (Adler, 1956, p. 177) P 125<br /><br />O desejo de crescer, de tornar-se tão ou mais forte do que todos os outros, surge em sua alma (Adler, 1928, p. 34) p 125<br /><br />Para Adler, praticamente todo progresso é o resultado de nossas tentativas de compensar sentimentos de inferioridade. P 125<br /><br />Adler afirmava que as tendências agressivas nos humanos foram cruciais na sobrevivência individual e na da espécie. P 125<br /><br />Não tenha medo de cometer erros, pois não existe outro jeito de aprender a viver! (Adler, em Bottone, 1957, p. 37) p 125<br /><br />A formação de metas de vida começa na infância como compensação para os sentimentos de inferioridade, insegurança e desamparo em um mundo adulto. As metas de vida geralmente servem como defesa contra sentimentos de impotência, como uma ponte do presente insatisfatório para um futuro brilhante, poderoso e satisfatório. P 126<br /><br />Estilo de vida é o modo especial escolhido por um indivíduo para perseguir sua meta de vida. P 127<br /><br />Hábitos e traços de comportamento aparentemente isolados adquirem significado como elemento do estilo de vida e metas do indivíduo, e assim os problemas psicológicos e emocionais devem ser tratados dentro deste contexto. P 127<br /><br />Adler enfatiza que é nossa concepção do mundo que determina o comportamento. P 127<br /><br />A gente encontra o que planeja encontrar. (Adler, 1964b, p. 100) p 127<br /><br />Cada indivíduo, segundo Adler, tem um centro onde é livre. Uma vez que somos livres, somos responsáveis por nossas ações e por nossa vidas. P 128<br /><br />O comportamento se baseia em nossa percepção da realidade, não necessariamente na própria realidade. Para compreender o indivíduo, é preciso entender seu estilo de vida. P 130<br /><br />A luta construtiva por superioridade, acrescida de forte interesse social e cooperação, é o traço básico do indivíduo. P 131<br /><br />Os traços de crianças não amadas sua forma mais desenvolvida podem ser observados estudando-se as biografias de todos os grandes inimigos da humanidade. Aqui o que se destaca é que, quando crianças, eles desenvolveram dureza de caráter, inveja e ódio; eles não suportariam ver os outros felizes (Adler, 1956, p. 371) P 132<br /><br />Quando os sentimentos de inferioridade predominam ou quando o interesse social é pouco desenvolvido, os indivíduos tendem a buscar superioridade pessoal, pois carecem de confiança em sua capacidade de funcionar efetivamente e de trabalhar construtivamente com os outros. Os ornamentos do sucesso, prestígio e estima tornam-se mais importantes do que as realizações concretas. “Eles se afastaram dos reais problemas da vida e estão envolvidos numa luta imaginária para renovar sua confiança em sua força” (Adler, 1956, p. 255) p 133<br /><br />Só podemos ter êxito se estivermos genuinamente interessados no outro. Devemos ser capazes de ver com seus olhos e ouvir com seus ouvidos. (Adler, 1929, p. 340) p l35<br /><br />Eu digo (aos pacientes): “Você pode se curar em duas semanas se seguir esta receita. Tente pensar todos os dias em como pode agradar alguém”. (Adler, 1956, p. 347) p 136<br /><br />As principais contribuições de Adler à psicologia moderna são a importância de fatores não-sexuais no ambiente, o conceito de unidade da personalidade, o papel do poder e da agressividade no comportamento humano, e o conceito do complexo de inferioridade. P 138</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-76830740555162929152008-12-31T10:44:00.000-02:002008-12-31T10:47:08.759-02:00MELANIE KLEIN - DONALD WINNICOTT - HEINZ KOHUT - FRITZ PERLS<strong><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#ff0000;"></span></strong><br /><strong><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Anna Freud e os pós-freudianos. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição.</span></strong><br /><strong><span style="font-family:verdana;font-size:85%;color:#ff0000;"></span></strong><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><br /><strong><span style="color:#ff0000;">DONALD WINNICOTT</span></strong><br /><br />Se o bebê deseja ser alimentado, e a mãe oferece o seio ou a mamadeira no momento certo; se o bebê sorri, e a mãe sorri de volta como validação; se o bebê fica úmido e chora, e a mãe responde trocando a fralda, então o bebê irá construir a noção de que suas expressões espontâneas são eficazes. P 71<br /><br />Quando a onipotência do bebê é respeitada, desenvolve-se um verdadeiro self; entretanto, quando não se sente eficiente, a criança se sente desamparada e tende a se adaptar às necessidades da mãe a fim de obter o que deseja. Nesse caso, ela desenvolve um falso self. P 71<br /><br />Ele viu que o relacionamento psicanalítico era uma repetição do primeiro relacionamento da criança – ou seja, com sua mãe. P 72<br /><br />Era necessário, pensava ele, atender as necessidades do paciente, em vez de forçar o paciente a ajustar-se aos horários e necessidades do analista. Isso só iria reforçar um falso self no paciente. P 72<br /><br />Acima de tudo, é a correspondência empática e satisfação das necessidades do verdadeiro self do paciente o objetivo durante a psicanálise. P 72 </span></span><br /><p><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. D. W. Winnicott: o homem e a obra. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.<br /></span></strong><br />Teoria do Desenvolvimento, com um estudo pormenorizado da relação mãe-filho e das influências da família e do ambiente, postulando a interação de processos inatos de maturação com a presença de um ambiente facilitador, desde uma fase de dependência absoluta à independência humana. P 399<br /><br />Winnicott escreveu que não existe um bebê se não houver uma mãe e, conseqüentemente, não pode existir uma mãe sem um pai, ainda que no imaginário da mãe e referido, eventualmente, ao próprio pai da mãe. Considero que a mãe só poderá exercer a preocupação materna primária se houver um pai suficientemente bom. P 401</span></span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. Constituição do si-mesmo e transicionalidade. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.<br /></span></strong><br />Foi o trabalho analítico com esses pacientes, (...) de aproximadamente 60 mil crianças e suas mães (ele veio da pediatria), que permitiu a Winnicott formular um estado de não-separação inicial mãe-bebê, na fase de dependência absoluta da criança em relação aos cuidados maternos. Do seu ponto de vista só nos tornamos pessoa em virtude da relação com ouyra pessoa, como é o caso da relação mãe-bebê nos primórdios da vida. P 406<br /><br />...o ser só é possível com outro ser humano. Durante esta fase, a continuidade do ser é o sentimento que resulta da fusão da mãe suficientemente boa com o bebê. P 407<br /><br />Quando ocorre um fracasso materno, temos as invasões que provocam reações por parte do bebê. [...]. Invasões intensas e reiteradas levam à sensação de aniquilação do self e defesas do tipo falso self que encapsulam o núcleo do verdadeiro self. O indivíduo se desenvolve, agora, a partir da casca defensiva, com referencial alheio ao seu ser. P 407<br /><br />“Para mim, o self, que não é o ego, é a pessoa que eu sou, que é somente eu, que possui uma totalidade baseada na operação do processo maturativo. Ao mesmo tempo, o self tem partes e é, na verdade, constituído dessas partes. Tais partes se aglutinaram num sentido interior-exterior no curso do processo maturativo, auxiliado, como deve sê-lo (principalmente no início), pelo ambiente humano que o contém, que cuida dele e que de forma ativa o facilita. P 409-410<br /><br /><br /><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. A devotada e seu bebê. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.<br /></span></strong><br />Quando o cuidado materno mostra-se confiável, a “continuidade da linha da vida” do bebê se mantém, e ele experimente uma “continuidade de ser”, pois os processos de desenvolvimento de seu ego não sofreram excessivas perturbações emocionais ou físicas. Essa é a “base do ego”. P 423<br /><br />As invasões do meio ambiente por falhas da mãe confiável constituem um trauma, pois levam o bebê a reagir ao ambiente, antes de ter conseguido desenvolver mecanismos psíquicos que possibilitam tornar previsível, isto é, antes que o bebê possa ter condições de considerar o que é bom ou mau no ambiente, como projeção sua. [...]. Num estágio posterior, com o ego mais desenvolvido, a criança passa a ser capaz de sentir raiva devido à falha de adaptação ambiental... p 424<br /><br />Caso o meio ambiente não adaptado persista, maiores e mais intensas serão as reações do bebê. A hiperatividade da mente não consegue mais compensar as invasões do mio ambiente, ocorrendo estados confusionais ou deficiência mental aparente (sem lesão orgânica). P 427<br /><br />Com base nos trabalhos de Freud e Melanie Klein, Winnicott considerava que a morte ou desaparecimento da mãe coloca a criança à mercê do ódio e da ambivalência, por predomínio de elementos persecutórios, que enfraquecem as forças benignas e amorosas. P 432</span></p><p><span style="font-family:verdana;"></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">HEINZ KOHUT<br /></span></strong><br />Ele reconheceu que nosso narcisismo inato é parte essencial do desenvolvimento do self e que os processos narcisistas são essenciais durante todo o nosso desenvolvimento. P 72<br /><br />Ele descobriu que a escuta empática profunda, e não a interpretação, era a chave para a cura. Na verdade, a interpretação, a intervenção psicanalítica tradicional, para o desenvolvimento do ego, só piora as coisas para o self. P 73<br /><br />Todos nós conhecemos pessoas que só conversam sobre si mesmas ou sobre suas experiências, sem dar importância aos pensamentos ou sentimentos dos outros. P 73<br /><br />O primeiro espelhamento, em que o bebê olha para a mãe e vê o seu próprio self refletido no olhar de prazer dela. No relacionamento de espelhamento, é como se o bebê dissesse a si mesmo: “Você vê o maravilhoso eu. Logo, eu sei que sou maravilhoso”. P 73<br /><br />O segundo processo narcisista normal é a idealização, que começa quando a criança reconhece o genitor ou outra pessoa especial. Aqui as qualidades internas de seu próprio self – bondade, perfeição, onipotência, significado, um sentimento de realidade, etc. – são projetadas sobre esta pessoa de modo que a criança poderia dizer: “Eu vejo e estou próximo ao maravilhoso você; logo, eu existo e sou maravilhoso também”. Tanto na relação objetal de espelhamento quanto na idealização, a criança conhece o seu self com o auxílio do outro. P 73<br /><br />Kohut chamou estas pessoas do espelhamento e idealização de objetos-do-self (Kohut, 1977) porque a criança os sente como uma extensão de si mesma. P 73<br /><br />O processo interno de espelhamento conduz a ambições realistas no mundo apoiadas pelo elogio encorajador internalizado da mãe. De modo semelhante, quando o pai idealizado foi internalizado, a criança pode esforçar-se por ideais realistas. Estes dois pólos constituem o núcleo de um self saudável e geram as ambições e ideais profundamente sentidos que fornecem um sentido de propósito e significado. P 73<br /><br />Entretanto, se ambos falham, os sintomas com os quais Kohut está preocupado – sentir-se irreal, vazio e sem significado – sobrevirão, pois não existe estrutura interna de self que possa produzir sentimentos de valor próprio. P 73<br /><br /><br /><strong><span style="color:#ff0000;">FRITZ PERLS</span></strong><br /><br />Fritz Perls sugeriu que qualquer aspecto do comportamento de um indivíduo pode ser visto como uma manifestação do todo – o ser da pessoa (F. Perls, 1978). Na terapia, por exemplo, o que o paciente faz – como ele se movimenta, fala, e assim por diante – fornece tanta informação quanto o que ele pensa e diz. Nossos corpos são representações diretas de quem somos. Pela simples observação de nossos comportamentos físicos facilmente visíveis e de nossa postura – respiração, movimentos -, podemos aprender muitíssimo sobre nós mesmos. P 76<br /><br />Os neuróticos são incapazes de viver no presente. Eles cronicamente carregam consigo “questões pendentes” do passado. Uma vez que sua atenção se concentra no que não está resolvido, eles não possuem consciência nem energia para lidar plenamente com o presente. P 76<br /><br />Fritz Perls via os sonhos como mensagens sobre situações inacabadas, incluindo o que estamos perdendo em nossas vidas, o que estamos evitando fazer... P 79 </span></span><br /></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">MELANIE KLEIN</span></strong> </span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Klein aprofundou a descoberta de Freud de que a agressividade e o amor atuam como forças organizadoras fundamentais na psique. A agressão divide a mente, enquanto o amor a une. P 69 </span></p><p><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">Nossas experiências com pessoas importantes, tais como nossos pais ou primeiros parceiros românticos, tornam-se interiorizadas e depois estruturam nossa experiência não apenas dos outros, mas também de nossa própria identidade. Por exemplo, quando “cindimos” o mundo em bom e mau, também dividimos o nosso sentido de “eu” em aspectos de temor e desejo. P 70</span> </span></p><p><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><br /></span></span><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. Significado de Melanie Klein. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.</span></strong><br /><br />Sua apreensão do mundo interno infantil e das formas por meio das quais as emoções ali adquirem significado contribuiu para o entendimento da personalidade adulta, com seus núcleos infantis incrustados que persistem por toda a vida. P 222<br /><br />Klein considera que a estrutura arcaica das emoções infantis, muitas vezes datada de um período pré-verbal, persiste ao longo de nossas vidas e interfere na mente adulta. P 222<br /><br />“Sentir os pais como se fossem pessoas vivas dentro de seu corpo da mesma maneira concreta que profundas fantasias inconscientes são vividas. Isto é, se esses pais 'internos' se amam, se vivem em harmonia, desse mundo interior brota, de forma viva, um princípio de ordenação que ajuda a transformar o caos interior em cosmos. Por outro lado, se estão em guerra, em litígio, o caos se adensa e se aprofunda.” P 223<br /><br />A mãe, ou sua representação parcial como seio alimentador, se constitui nesse sentido no primeiro objeto interno do bebê, podendo adquirir qualidades boas ou más, conforme a função exercida. P 223<br /><br />Quando esta mãe a satisfaz, atendendo-a, contendo sua ansiedade, ela é internalizada como objeto bom, capaz de compreendê-la, cuidar dela e se forma fonte de segurança. P 224<br /><br />Não apenas o passado histórico e as repressões acumuladas durante a vida que se tornam parte de nossa subjetividade e a perturbam. Antes mesmo da formação do ego e do superego do bebê, já existiria uma força negativa (pulsão de morte) atuando, gerando defesas contra ansiedades iniciais, que vão, aos poucos, se corporificado em estruturas. P 224</span></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><span style="color:#ff0000;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. A açougueira inspirada: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.</span></strong><br /></span><br />...pode-se afirmar que as noções de “objeto externo” e de ‘realidade externa”, para Klein, referem-se à realidade tal como é percebida pelo sujeito, com as influências maiores ou menores das fantasias inconscientes. P 304<br /><br />Talvez seja necessário, para entender o pensamento Kleiniano, que nos situemos num mundo que uma vez já foi o nosso, mas que por “crescimento” tivemos de “esquecer”. Crescimento e esquecer entre aspas porque nem de fato crescemos a ponto de não mais habitarmos em parte aquele mundo nem o esquecemos a ponto de não o reconhecermos aqui e ali, principalmente em nossos momentos mais intensos de angústia, odeio, amor, destrutividade, paixão e violência. Trata-se de um mundo “antes do mundo”, do despedaçamento daquilo que na realidade ainda está por se constituir, do amor e do ódio como sensações, de um pré-pensamento antes do pensamento, do prazer e do sofrimento inomináveis. P 305<br /><br />Há uma canção de Chico Buarque e Milton Nascimento que fala sobre aquilo “que não tem medida, nem nunca terá”, nossas onipotentes e desmedidas paixões – amor, ciúme, controle, posse, ambição, inveja, raiva -, com seu caráter indomável, ilimitado e insaciável: “que não tem governo, nem nunca terá”. É um mundo de desejos que disparam à nossa revelia e ameaçam ultrapassar-nos, transbordando. Diante da autonomia dos “quereres” inconscientes, vindos de outro lugar e que nos marginalizam em relação àquele nosso “eu” mais bem comportado... p 307<br /><br />O infantil é uma dimensão fora do tempo, um fundo ameaçador, dada a imensidão de sua demanda. Idioma primitivo que ainda não aprendeu a falar (infans quer dizer “o que não fala”) , faz um apelo de acesso à figuração, quer se formular a todo custo, quer se revelar. Existe no mais inconsciente recesso, secreto, pulsante, em todos os processos psíquicos e em todas as idades. P 308<br />A pulsão de vida expressa o investimento de amor: conduz ao movimento de colocar libido e interesse nas pessoas e no mundo. Do outro lado, a pulsão de morte corresponde à tendência mortífera de narcisismo, isto é, o apagamento e a dissolução de si e da importância e significado das outras pessoas; é a tendência a desprezar os outros, a tornar-se indiferente, a anestesiar a sensibilidade e a percepção das emoções, a embrutecer-se e fechar-se. P 309<br /><br />Tirar o valor das outras pessoas, desprezá-las, revela o medo de sofrer e, como se sabe, “quem desdenha, quer comprar”. O alvo para o qual se dirige a inveja é o bom, o belo, o admirável dom de um artista, por exemplo. A inveja quer a posse imaginária da criatividade, da aptidão que a outra pessoa tem para gerar, daquilo que há de mais secreto e singular em cada um.... p 310<br /><br />É uma autora que nos convida a deixar de lado nossos preconceitos estéticos e a necessidade de uma bela teoria e fazermos com ela precisamente isto: um movimento de rebaixamento, (...). “Rebaixar consiste em aproximar da terra, entrar em comunhão com a terra concebida como um princípio de absorção e, ao mesmo tempo, de nascimento [...] significa entrar em comunhão com a vida da parte inferior do corpo, a do ventre e dos órgãos genitais, e portanto, com atos como o coito, a concepção, a gravidez, o parto, a absorção de alimentos e a satisfação das necessidades naturais. P 311</span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span><br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. A música da fala. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.<br /></span></strong><br />...o ser humano nasce para um mundo de relações e, desde o início, quando se relaciona com alguém, nunca mais será o mesmo. A partir do momento em que ocorre uma experiência emocional, todo relacionamento implica uma modificação de todos que nelas estão presentes. P 320<br /><br />O mecanismo da identificação projetiva está presente desde o nascimento e tem como base a fantasia de que certos aspectos do self estão situados fora dele, dentro do próprio objeto, de maneira que tenha a sensação de controlar o objeto desde dentro e que o projetor vivencie o objeto como parte dele mesmo. P 322<br /><br />O desenvolvimento do ego ocorre mediante a introjeção de objetos que, quando integrados, são assimilados dentro do ego e sentidos como pertencentes a ele, sendo, em grande parte, também estruturado por esses objetos. P 322<br /><br />Segundo a teoria Kleiniana, os fenômenos transferenciais são concebidos como externalização, no presente, do mundo interno. “Os neurótico já não são considerados seres que 'sofrem de reminiscências', mas pessoas que vivem no passado, representando pelas qualidades do presente imediato do mundo interno”, diz Meltzer. P 324<br /><br />Ela descreveu o desenvolvimento do psiquismo como uma elaboração do conflito entre os impulsos de vida e de morte, com as pulsões de vida prevalecendo gradualmente sobre as destrutivas. Para ela, o conflito entre as pulsões de vida e pulsões de morte é o motor de todo o acontecer psíquico. P 327<br /><br />Melanie Klein descreveu como os impulsos agressivos podem ser um instrumento para lidar com o desamparo que todo ser humano enfrenta no início da vida. P 328<br /><br />Melanie Klein humanizou a psicanálise. Mostrou que é a emoção que dá significado e cor às experiências de vida. (...) os seres humanos vivem duas realidades, a externa e a interna, evidenciou quão necessário é o sentido da realidade psíquica, que seria a pessoa reconhecer e assumir responsabilidades pelos próprios impulsos e pelo estado de organização de sua mente. P 328</span></p>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-2172666502270638442008-12-31T10:43:00.001-02:002008-12-31T10:47:40.702-02:00SIGMUND FREUD<span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;"></span></strong></span></span><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Sigmund Freud e a Psicanálise. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição.<br /></span></strong><br />Os sintomas dos pacientes histéricos dependem de cenas marcantes, porém esquecidas de suas vidas (traumas) ... p 30<br /><br />Ele afirmava que nada ocorre casualmente, muito menos os processos mentais. Existe uma causa, até múltiplas causas, para todo pensamento, sentimento, memória ou ação. Todo evento mental é ocasionado por intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos eventos que precederam. p 33<br /><br />No inconsciente existem elementos instintuais, que nunca foram conscientes e que nunca são acessíveis à consciência. p 33<br /><br />“Sabemos por experiência que os processos mentais inconscientes são em si 'atemporais'. Isso significa dizer, para começar, que eles não são cronologicamente organizados, o tempo não os altera em nada, e tampouco a idéia de tempo pode-lhes ser aplicada”. p 33-34<br /><br />A suposição de que o corpo é a única fonte de toda a energia mental subjaz todo o pensamento de Freud. Ele ansiava pelo dia em que todos os fenômenos mentais pudessem ser explicados com referência direta à fisiologia cerebral (Sulloway, 1979). p 33<br /><br />Pulsões são pressões para agir sem pensamento consciente para determinados fins. Estas pulsões são “a causa fundamental de toda atividade” (Freud, 1940, p 5). Freud chamava os aspectos mentais de “desejos”. Necessidades e desejos impelem as pessoas a agir. p 34<br /><br />O alvo é reduzir a necessidade até que a ação não seja mais necessária, isto é, dar ao organismo a satisfação que agora deseja. A pressão é a quantidade de energia, força ou ímpeto utilizada para satisfazer ou gratificar a pulsão. p 34<br /><br />Pulsões básicas. Freud elaborou duas descrições das pulsões básicas: (...) a sexual (...) e a agressiva ou destrutiva. p 34<br /><br />O desejo sexual, por exemplo, pode ser aliviado através da atividade sexual, ou também assistindo a filmes eróticos, observando imagens, lendo sobre outras pessoas, fantasiando, comendo, bebendo – até mesmo se exercitando. p 34<br /><br />Cada uma dessas pulsões generalizadas tem uma fonte distinta de energia. A libido (termo latino para desejo) é a energia disponível às pulsões de vida. p 35<br /><br />A energia agressiva, ou pulsão de morte, não tem uma denominação especial. Supõe-se que ela tem as mesmas propriedades gerais da libido. p 35<br /><br />Catexia é o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é concentrada ou investida em pessoa, idéia ou coisa. A libido que foi catexiada não é mais móvel e não pode se deslocar para novos objetos. p 35<br /><br />Os conteúdos do Id são quase totalmente inconscientes. Eles incluem pensamentos primitivos que jamais foram conscientes e pensamentos que foram negados, considerados inaceitáveis à consciência. Segundo Freud, experiências que foram negadas ou reprimidas ainda possuem a capacidade de afetar o comportamento da pessoa com a mesma intensidade, sem estarem sujeitas ao controle inconsciente. p 36<br /><br />O ego é a parte da psique que está em contato com a realidade externa. p 36<br /><br />O superego desenvolve, aperfeiçoa e mantém o código moral de um indivíduo. “O superego de uma criança, na verdade, se constrói sobre o modelo, não de seus pais, mas do superego de seus pais; os conteúdos que o preenchem são os mesmos, e isso torna-se o veículo da tradição (...), as quais se propagaram dessa forma de geração para geração” (1993, p 39). Portanto, a criança aprende não apenas os reais limites em qualquer situação, mas também as visões morais dos pais. p 37<br /><br />O objetivo primordial da psique é manter – e quando necessário, recuperar – um nível aceitável de equilíbrio dinâmico que maximize o prazer da redução de tensão. A energia que é utilizada se origina no id impulsivo primitivo. O ego existe para lidar realisticamente com as pulsões básicas do id. Ele também intermedeia as demandas do id, as restrições do superego e a realidade externa. p 37<br /><br />Os sonhos são um equilíbrio parcial, tanto física quanto psicologicamente, entre anseios instintuais e limitações da vida real. Sonhar é um modo de canalizar desejos insatisfeitos, através da consciência, sem despertar o corpo físico. P 43<br /><br />Quase todos os sonhos podem ser compreendidos como a realização de um desejo. O sonho é uma rota alternativa para satisfazer os desejos do id. P 43<br /><br />Para o id, não importa se a satisfação ocorre na realidade física sensória ou na realidade onírica interna imaginária. Em ambos os casos, energias são descarregadas. P 43<br /><br />“Na maioria dos modelos americanos nativos, não existe separação distinta entre o mundo sonhado e o mundo vivido (...)” (Krippner e Thompson, 1996). P 44<br /><br />As interações e os relacionamentos adultos são grandemente influenciados pelas primeiras experiências da infância. As primeiras relações, aquelas que ocorrem dentro da família nuclear, são freqüentemente definidoras. Todos os relacionamentos posteriores são influenciados pelos modos como essas primeiras relações se formaram e se mantiveram. Os modelos básicos entre criança e mãe, criança e pai e criança e irmão são os protótipos segundo os quais os contatos subseqüentes são inconscientemente avaliados. Os relacionamentos posteriores são, até certo ponto, recapitulações das dinâmicas, tensões e gratificações que ocorrem na família de origem. P 45<br /><br />Repetidas vezes representamos a dinâmica iniciada em nossos lares, freqüentemente escolhendo como parceiros pessoas que reinvocam em nós aspectos não-resolvidos de nossas primeiras necessidades. P 45<br /><br />Nossas escolhas de ida – de amores, amigos, chefes, até de nossos inimigos – são derivados dos laços entre pais e filhos. P 45<br /><br />Os relacionamentos são construídos sobre uma base de efeitos residuais das intensas experiências iniciais. Os encontros amorosos de adolescentes, jovens adultos e adultos, bem como os padrões de amizade e casamento, são, em parte, uma reelaboração de questões infantis não resolvidas. P 46<br /><br />O que Freud desvelou, em uma era que havia venerado a razão e negado o valor o poder da emoção, foi que não somos animais predominantemente racionais, mas somos conduzidos por forças emocionais poderosas, cuja gênese muitas vezes é inconsciente. As emoções são as vias de liberação da tensão e apreciação do prazer. P 46<br /><br />Respostas emocionais fortes podem, na verdade, encobrir um trauma de infância. P 46<br /><br />Muitas de suas idéias, tais como a importância dos sonhos e a vitalidade dos processos inconscientes, são amplamente aceitas. P 49<br /><br />Aqueles que optam por estudar a mente ou tentam compreender os outros seres humanos devem fazer as pazes com as idéias básicas de Freud através de um exame de sua própria experiência interior. P 50<br /><br />Freud sugere que todo comportamento está vinculado, que não existem acidentes psicológicos – que sua escolha de pessoas, lugares, alimentos e diversões provém de experiências das quais você ou não se recorda ou não irá se recordar. Todo pensamento e todo comportamento possui significado. P 50<br /><br />...sua lembrança ou sua versão de seu próprio passado contém pistas de como você se comporta e de quem você é. P 50<br /><br /></span></span><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"></span></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWYOqamOeLAnR39O5DF_ddEnPnoIQeyG-ZPC0QpJj6b1svwDF0jPDqZyEfd56NDVSP8fMmCbSSuFd-mNP4zX9zEwwie3ReAOaB-tv3NEu0V9uT0TnDJQOIyMQ3LlOTdcovZ-E7-VQRi18/s1600-h/buffalo.jpg"></a><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUBcUQ6yBpS07TXEu1gNzURPAPFIypUohiOoDVFaLBlhUVmstGMavfBs7baA3p9pvjykCJSMlIB6afsUUtO8lBt6M3MFUwbgl2GxHqrhpA3MekOV-Q2s5OpPYFWzAuZyog0VQ5Fiz9bHM/s1600-h/Mi+35+(14).jpg"></a><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOJgfXXWJeGM5hcviGvKMypKTvzQlDtnmXebf5voIjxWhZc56ZEoVBaYdiJqE_utImngK_SGjXBglyCdZ98h_UROgormUJhO4bz9nIb5Q2LuF_o4lkQ9orJkAvqzuHIxESDc2sQHFTwIc/s1600-h/Mi+35+(7).jpg"></a><br /><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiosImzkgqmK4Rpmri7ntbn8Tv_ho3Ex3gQF2A3rjbdb2fQgrIvU6u3FicNCFjb0gPFJg4MzEKAtbi47AVDJ-X9huBehJ3uTt62rUseIyIM1J8uv5rATWSPZs3Zn1kGG0Gyp9NBv3qyZHA/s1600-h/ERJ+170+(4).jpg"></a><br /><br /><br /><br /><br /><div></div></div></div></div>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-40716641032519427292008-12-31T10:43:00.000-02:002008-12-31T10:46:34.068-02:00KAREN HORNEY<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Karen Horney e a psicanálise humanística. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição</span></strong><br /><br />Horney via a característica central da neurose como alienação do eu real por causa de forças opressivas no ambiente. P 153<br /><br />Outra diferença importante entre Horney e Freud é que, enquanto para Freud as experiências decisivas da infância são relativamente poucas e em sua maioria de natureza sexual, para Horney o somatório das experiências da infância é responsável pelo desenvolvimento neurótico. As coisas dão errado em função de todos os eventos e indivíduos na cultura, nas relações com os pares e especialmente na família, que fazem a criança se sentir insegura, desamada e sem valor e que dão origem à ansiedade básica. P 153<br /><br />Horney via a característica central da neurose como alienação do eu real por causa de forças opressivas no ambiente. P 153<br /><br />As pessoas podem se realizar de diferentes maneiras sob diferentes condições, mas existem certas condições na infância de que todos necessitam para a auto-realização. Estas incluem “uma atmosfera de afetuosidade”. P 153-154<br /><br />Quando suas próprias neuroses impedem os pais de amar a criança ou até de pensar “nela como o indivíduo particular que ela é”, a criança desenvolve um sentimento de ansiedade básica que a impede “de relacionar-se com os outros com a espontaneidade de seus sentimentos reais”, forçando-a a desenvolver estratégias defensivas (1950, p. 18) p 154<br /><br />Segundo Horney, os indivíduos tentam lidar com sua ansiedade básica adotando uma solução de conformidade ou submissão, aproximando-se das pessoas, adotando uma solução agressiva ou expansiva, indo contra as pessoas, ou tornando-se indiferentes ou resignadas, afastando-se das pessoas. As pessoas saudáveis se conduzem de maneira apropriada e flexível em todas as três direções, mas no desenvolvimento neurótico estes movimentos se tornam compulsivos e indiscriminados. P 154<br /><br />É a solução no qual o alheamento é a solução predominante (...). Eles lidam com um mundo ameaçador afastando-se de seu poder e excluindo os outros de suas vidas interiores. Para evitarem ser dependentes do ambiente, tentam subjugar seus anseios interiores e contentar-se com pouco.(...). Seu acordo é que se não pedirem nada aos outros, estes não os pertubarão; se não tentarem nada, não irão falhar; se esperarem pouco da vida, não irão se decepcionar. P 156<br /><br />A neurose é uma perturbação não apenas de nossos relacionamentos com os outros, mas também de nosso relacionamento com nós mesmos. P 159<br /><br />A libertação do eu real do vaivém do sistema de orgulho é, sugiro, um triunfo do comum (...). Simplesmente sendo ela mesma com todas as suas capacidades e falhas, uma pessoa compreende que não precisa ser extraordinária para ter valor. (Westkott, 1986, p. 211) p 159<br /><br />A esperança de Horney é que os pacientes “sintam-se solidários” consigo mesmos e experimentem a si mesmos “como não sendo particularmente maravilhosos ou desprezíveis, mas como seres humanos lutadores e muitas vezes atormentados” que são (1950, p. 359) p 159<br /><br />Os terapeutas podem ajudar seus pacientes a formular e esclarecer informações, mas os pacientes devem fornecê-las revelando-se a si mesmos. P 161<br /><br />Para Horney, o objetivo da terapia é ajudar os pacientes a abandonarem suas defesas, aceitarem-se como são, e substituírem sua busca de glória por uma luta de auto-realização. P 161<br /><br />Em The feminist legacy of Karen Horney (1986), Marcia Westkott explorou as implicações da teoria madura de Horney para a psicologia feminina, com capítulos sobre sexualização e desvalorização das mulheres e a dependência, cólera e alheamento que sentem como conseqüência. (...) “um contexto histórico em que as mulheres são menos valorizadas do que os homens” (WestKott, 1986, p. 2). Ela sugeriu que estes traços são reações defensivas à subordinação, desvalorização e impotência e que, por mais que pareçam indesejáveis do ponto de vista social, são desfavoráveis à auto-realização das mulheres. P 164<br /><br />Horney duvidava que a infância pudesse ser acuradamente recuperada, uma vez que necessariamente a reconstruímos da perspectiva de nossas necessidades, crenças e defesas presentes. P 165<br /><br />Ódio de si próprio. A raiva que o eu idealizado sente em relação ao eu que realmente somos por este não ser o que “deveria” ser. P 168</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-27488628529757780862008-12-31T10:42:00.001-02:002008-12-31T10:45:53.098-02:00ERIK ERIKSON<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Erik Erikson e o ciclo de vida. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição</span></strong><br /><br />O modelo dos estágios de desenvolvimento humano de Erkson – modelo por ele denominado epigenético – é a primeira teoria psicológica a descrever o ciclo de vida humano da infância à idade adulta e velhice. P 199<br /><br />Epigênese sugere que cada elemento se desenvolve sobre as outras partes (epi significa “sobre” e gênese significa “surgimento”). P 199<br /><br />O aparecimento de cada estágio sucessivo baseia-se no desenvolvimento do estágio anterior. P 199<br /><br />Cada estágio se caracteriza por uma tarefa de desenvolvimento específica, ou crise, que deve ser resolvida para que o indivíduo avance para o estágio seguinte. As virtudes e capacidades desenvolvidas através da bem-sucedida resolução em cada estágio afetam toda a personalidade. Elas podem ser influenciadas por eventos posteriores ou anteriores. Entretanto, estas capacidades psicológicas geralmente são afetadas mais fortemente durante o estágio em que aparecem. P 199<br /><br />Cada estágio é uma crise de aprendizagem, permitindo a realização de novas habilidades e atitudes. A crise pode não parecer dramática ou crítica; muitas vezes a pessoa só consegue ver posteriormente que um importante ponto de virada foi alcançado e ultrapassado. P 199<br /><br />Erikson assinalou que a resolução bem-sucedida da crise em cada estágio de desenvolvimento humano promove uma certa virtude psicossocial. A palavra virtude é utilizada em seu sentido antigo, como na virtude de um medicamento. P 199<br /><br />Os bebês controlam e criam os pais tanto quanto são controlados por eles (Erikson, 1963, p. 69) p 199<br /><br />Quando os bebês começam a vida, eles desenvolvem um relativo senso de confiança e desconfiança no mundo a sua volta. Crucial para este equilíbrio entre segurança e insegurança é a experiência do bebê com a mãe. P 200<br /><br />O senso de confiança se desenvolve não tanto com o alívio da fome ou com demonstração de amor mas com a qualidade da atenção materna. P 201<br />Um senso de autonomia se desenvolve com o senso de livre escolha. Ele é promovido pelo sentimento de ser capaz de escolher o que guardar e o que rejeitar. P 201<br /><br />A nova liberdade e a afirmação de poder da criança quase inevitavelmente criam ansiedade. A criança desenvolve uma consciência, uma atitude parental que favorece a auto-observação, o autogoverno, e a punição de si própria. Neste estágio, a criança pode fazer mais do que nunca e precisa aprender a definir limites. P 202<br /><br />O adulto já foi uma criança e um jovem. Ele jamais os será novamente; mas ele tampouco ficará sem a herança destas condições pregressas. (Erikson, 1987, p. 332) p 203<br /><br />Quando termina a infância, os adolescentes entram neste estágio (...). Eles questionam os modelos de papel e as identificações da infância e experimentam novos paéis. A grande pergunta deste estágio é “Quem sou eu?”. Desenvolve-se um novo senso de identidade do ego. P 203<br /><br />Dúvidas quanto à atratividade sexual e identidade sexual também são comuns. A incapacidade de “segurar” e desenvolver um sentimento de identidade com um indivíduo ou modelo de papel cultural que ofereça inspiração e orientação pode provocar um período de atrapalhação e insegurança. Outra reação comum é a identificação excessiva (ao ponto de aparentemente perder a identidade) com heróis da cultura jovem ou com líderes de grupos fechados. A pessoa muitas vezes sente-se isolada, vazia, ansiosa ou indecisa. Com a pressão para tomar importantes decisões de vida, o adolescente sente-se incapaz de tomá-las e até resiste a isso. P 204<br /><br />Intimidade versus isolamento. Este estágio geralmente ocorre no início da idade adulta. É a época de adquirir um senso de independência dos pais e da escola, de estabelecer amizades e relacionamentos íntimos e de desenvolver a noção de responsabilidade adulta. P 204<br /><br />Somente depois de termos estabelecido um senso relativamente estável de identidade é que podemos desenvolver um relacionamento próximo e significativo com outra pessoa. P 204<br /><br />Integridade versus desespero. O estágio final da vida chega com a velhice. (...). Se não adquirimos uma medida de auto-aceitação, tendemos a mergulhar no desespero com o sentimento de que o tempo é curto- curto demais para recomeçar. Aqueles que terminam em desespero podem ficar amargurados com o que poderia ter sido, constantemente lamentando-se. P 205<br /><br />A virtude da sabedoria se desenvolve a partir dos encontros tanto com a integridade quanto com o desespero, à medida que o indivíduo é confrontado com preocupações fundamentais. (...). A sabedoria mantém a integridade do conhecimento e experiência que o indivíduo acumulou. P 206</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-61786224636769136182008-12-31T10:42:00.000-02:002008-12-31T10:45:28.207-02:00WILHELM REICH<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Wilhelm Reich e a psicologia somática. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição<br /></span></strong><br />Couraça do caráter. Reich achava que a estrutura de caráter se forma como defesa contra a ansiedade da criança em torno de sensações sexuais intensas e o medo de punição que as acompanha. P 226<br /><br />As defesas de caráter são difíceis de erradicar porque são racionalizadas pelo indivíduo e sentidas como parte de seu auto-conceito. P 227<br /><br />A couraça é o principal obstáculo para o crescimento, segundo Reich. P 231<br /><br />O organismo encouraçado é incapaz de destruir sua própria couraça. Mas ele é incapaz de expressar suas emoções biológicas elementares. (...). O indivíduo encouraçado não consegue expressar um suspiro de prazer ou conscientemente imitá-lo. Quando ele tenta fazê-lo, o resultado é um gemido, um urro contido e suprimido, ou até um impulso para vomitar. Ele é incapaz de dar vazão à raiva ou de bater o punho para imitar cólera. P 231<br /><br />Outro obstáculo para o crescimento é a repressão social e cultural dos impulsos naturais e da sexualidade do indivíduo. A repressão, afirmou Reich, é a maior fonte de neurose... p 231<br /><br />Na visão de Reich, os relacionamentos sociais são determinados pelo caráter do indivíduo. A maioria das pessoas vêem o mundo através do filtro de sua couraça, o que as isola tanto de suas naturezas interiores quanto de relacionamentos sociais satisfatórios. Somente pessoas de caráter genital, por terem perdido sua couraça rígida, podem reagir aberta e honestamente aos outros. P 232<br /><br />Natureza e cultura, instinto e moralidade, sexualidade e realização tornam-se incompatíveis como fruto da cisão na estrutura humana. A unidade e congruência entre cultura e natureza, trabalho e amor, moralidade e sexualidade, almejada desde os mais remotos tempos, continuará sendo um sonho enquanto o homem continuar condenando a necessidade biológica de gratificação sexual (orgástica) natural. P 232<br /><br />Ele definia caráter quase exclusivamente em termos de couraça. “O caráter atua para produzir uma resistência (...). Para ele [Reich], o caráter é uma couraça que se forma através do endurecimento crônico do ego. O significado e propósito desta couraça é a proteção de ameaças internas e externas” (Sterba, 1976, p. 278) p 234</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-60089590467951042562008-12-31T10:41:00.001-02:002008-12-31T10:44:33.600-02:00ANA FREUD<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;"></span></strong></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Anna Freud e os pós-freudianos. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição.</span></strong><br /><br />Defesas utilizadas com consciência e auto-compreensão tornam a vida mais tolerável e mais bem-sucedida. P 63<br /><br />“À medida que a criança se torna ciente da excitação sexual que não pode ser satisfeita, as 'excitações' sexuais evocam forças mentais contrárias que, a fim de suprimir este desprazer com eficácia, erigem as represas mentais de repulsa, vergonha e moralidade” (S. Freud, 1905, p 178). Não apenas a idéia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou auto-reprovação que poderia surgir pela admissão destes pensamentos também é excluída da consciência. P 65<br /><br />A ânsia que está sendo negada precisa ser repetidamente obscurecida. P 65<br /><br />O ato de atribuir a outra pessoa , animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em nós mesmos se chama projeção. É um mecanismo de defesa em que aspectos de nossa própria personalidade são deslocados de dentro do indivíduo para o ambiente externo. A ameaça é tratada é tratada como se fosse uma força externa. P 66<br /><br />Sublimação é o processo mediante o qual a energia originalmente dirigida a metas sexuais ou agressivas é redirigida a novos objetivos – com freqüência artísticos, intelectuais ou culturais. A sublimação foi chamada de “defesa bem sucedida” (Fenichel, 1945). P 66<br /><br />A civilização estimula a transcendência de impulsos originais e, em alguns casos, cria metas alternativas que podem ser mais satisfatórias para o id do que a satisfação dos impulsos originais. P 67<br /><br />As defesas aqui descritas são modos que a psique dispõe de se proteger da tensão interna ou exterior. P 67<br /><br />Os adolescentes (...). Eles formam as relações amorosas mais apaixonadas, mas as rompem tão abruptamente quanto as iniciaram. Por um lado, lançam-se entusiasmadamente à vida da comunidade e, por outro, possuem um anseio irressistível de solidão. Oscilam entre a cega submissão a algum líder de sua escolha e a rebeldia desafiadora contra toda e qualquer autoridade. São egoístas e materialistas e, ao mesmo tempo, repletos de elevado idealismo. São ascéticos, mas subitamente podem mergulhar em prazeres instintuais do caráter mais primitivo. P 81</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-78965403955241789342008-12-31T10:41:00.000-02:002008-12-31T10:43:58.056-02:00CARL ROGERS<span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"></span></span><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. Carl Rogers e a perspectiva centrada na pessoa. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição<br /></span></strong><br />A premissa básica de Rogers é a de que as realidades das pessoas são assuntos pessoais e só podem ser conhecidas pelos próprios indivíduos. P 359<br /><br />Existe um campo da experiência peculiar a cada indivíduo; esse campo contém “tudo o que está acontecendo dentro do envoltório do organismo em qualquer momento e está potencialmente disponível à consciência. P 359<br /><br />Nossa atenção, ainda que teoricamente aberta à qualquer experiência, se concentra em preocupações imediatas para exclusão de quase tudo o mais. Quando estamos como fome, nosso campo da experiência é completamente preenchido por pensamentos sobre comida. P 359<br /><br />Da noção de fluidez, Rogers formulou a crença de que as pessoas não apenas são capazes de crescimento e desenvolvimento pessoal, mas que essa mudança positiva é uma progressão natural e esperada. O self ou conceito-de-self, então, é o entendimento que uma pessoa tem de si mesma, baseado na experiência passada, nos dados presentes e nas expectativas futuras. P 359<br /><br />A self ideal é “o autoconceito que o indivíduo mais gostaria de possuir, sobre o qual atribui o maior valor para si mesmo” (Rogers, 1959, p. 200). O self ideal é um modelo pelo qual uma pessoa pode se esforçar. Como o self, ele é uma estrutura mutante, constantemente sofrendo redefinição. P 359<br /><br />O self ideal pode se tornar um obstáculo para a saúde pessoal quando ele difere muito do self real. As pessoas que sofrem dessa discrepância muitas vezes não estão dispostas a ver a diferença entre ideais e atos. P 360<br /><br />Rogers conclui que em cada um de nós existe um impulso natural para sermos o mais competentes e capazes que biologicamente pudermos ser. Assim como uma planta cresce para se tornar uma planta saudável, e uma semente contém de si o impulso para tornar-se uma árvore, também uma pessoa é compelida a tornar-se uma pessoa inteira, completa e auto-realizada. P 360<br /><br />A suposição de que o crescimento é possível e central para o propósito do organismo, é crucial no pensamento de Rogers. P 361<br /><br />Para Rogers, a tendência para a auto-realização não é simplesmente outro motivo entre muitos; ela é o impulso primordialmente motivacional. P 361<br /><br />Esta, a nosso ver, é a alienação básica no homem. Ele não foi fiel a si mesmo, sua valorização organísmica natural da experiência, mas, em nome da preservação da consideração positiva dos outros, passou a falsificar alguns dos valores que experimenta e a percebê-los apenas em termos de seu valor para os outros. Contudo, essa não foi uma escolha consciente, mas um desenvolvimento natural – e trágico – no início da infância. (1959, p. 226) p 365<br /><br />Rogers observou que o comportamento psicótico muitas vezes parece estar ocorrendo a partir de um aspecto anteriormente negado da experiência do indivíduo. P 365<br /><br />A terapia centrada no cliente se esforça para estabelecer uma atmosfera em que as condições prejudiciais de valor possam ser postas de lado, permitindo assim que as forças de saúde, que Rogers considera naturais, retomem seu domínio original. P 365<br /><br />Os relacionamentos são necessários para descobrir o self. Rogers acredita que os relacionamentos capacitam o indivíduo a diretamente descobrir, desvelar, experimentar ou confrontar seu self real. Nossas personalidades tornam-se visíveis a nós sobretudo através do relacionamento com os outros. Em terapia, em situações de encontro e nas interações diárias, o feedback dos outros nos oferece oportunidades de nos experimentarmos. P 366<br /><br />Inúmeros problemas decorrem da tentativa de realizar as expectativas dos outros em vez das nossas. “Viveremos por nossas escolhas, com os entendimentos organísmicos mais profundos de que somos capazes, mas não seremos moldados pelos desejos, regras, papéis que os outros estão ansiosos a nos fazer aceitar” (1972, p. 260) p 367<br /><br />Talvez eu possa descobrir e chegar mais perto do que realmente sou no mais íntimo – às vezes sentindo-me zangado ou apavorado, às vezes amoroso e afetivo, de vez em quando bonito e forte ou impetuoso e terrível – sem esconder esses sentimentos de mim mesmo. Talvez eu possa avaliar-me como a pessoa altamente variada que sou. Talvez eu possa ser mais abertamente essa pessoa. Neste caso, posso viver de acordo com meus próprios valores adquiridos por experiência, ainda que tenha consciência de todos os códigos da sociedade. Então eu posso me permitir ser toda esta complexidade de sentimentos e significado e valores com meu parceiro – ser livre o suficiente para dar o amor, a cólera e a ternura que existem em mim. Possivelmente então eu possa ser um verdadeiro integrante de uma parceria, porque estou no caminho para ser uma pessoa de verdade. P 367<br /><br />Rogers considera que é melhor que as pessoas decidam o que fazer por si mesmas, com apoio dos outros, do que fazerem o que os outros decidem por elas. P 368<br /><br />Uma característica final é confiar em nossos impulsos interiores e juízos intuitivos, ... p 369<br /><br />“A pessoa que oferece mais esperança em nosso mundo louco de hoje, que poderia ser liquidado, é o indivíduo que está mais plenamente cônscio – mais plenamente consciente do que está acontecendo dentro de si” (Rogers, em Kirsschenbaum e Henderson, 1989, p.189) p 370<br /><br />Sua abordagem baseava-se no impulso do indivíduo para o crescimento, saúde e adaptação. A terapia era um modo de libertar o cliente para retomar seu desenvolvimento normal. Ela enfatizava o sentimento mais do que o intelecto, a situação imediata de vida mais do que o passado. P</span> 370</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-73862407399278474432008-12-31T10:40:00.000-02:002008-12-31T10:43:22.377-02:00WILLIAM JAMES<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;"></span></strong></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. William James e a psicologia da consciência. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição<br /></span></strong><br />Para James, a personalidade emerge do contínuo intercâmbio dos instintos, hábitos e escolhas pessoais. P 251<br /><br />Mudanças na consciência. Nunca podemos ter exatamente o mesmo pensamento duas vezes. Nossa consciência pode repetidamente deparar-se com a visão de um determinado objeto, com o som de uma qualidade específica, ou com o sabor de um determinado alimento, mas nosso modo de perceber estas sensações é diferente a cada encontro. P 254<br /><br />Muitas vezes nós mesmos ficamos impressionados com as estranhas diferenças em nosso modo de ver a mesma coisa sucessivas vezes. Perguntamo-nos como pudemos emitir uma determinada opinião no mês passado sobre um certo assunto [...]. De um ano para o outro, vemos as coisas à nova luz. O que era irreal tornou-se real, e o que era emocionante ficou sem graça. Os amigos que valiam tanto se reduzem a sombras; as mulheres, uma vez tão divinas, as estrelas, as florestas e as águas, como podem agora ser tão enfadonhas e comuns; [...] p 254<br /><br />Na consciência, o fluxo é contínuo. P 255<br /><br />“Minha experiência é aquilo que aceito tomar em consideração. Somente aqueles elementos que eu percebo moldam minha mente; sem interesse seletivo, a experiência é um caos absoluto. Somente o interesse dá acento e ênfase, luz e sombra, primeiro plano e fundo – perspectiva inteligível, em suma” (1890, vol 1, p. 402) p 256<br /><br />Por que uma pessoa aceita uma idéia ou teoria e rejeita outra? James sugere que isso é em parte uma decisão emocional; aceitamos uma [idéia ou teoria] porque ela nos permite compreender os fatos de um modo emocionalmente mais satisfatório. P 257<br /><br />Os hábitos são uma faceta da aquisição de habilidades. Por outro lado, “o hábito diminui a atenção consciente com a qual nossos atos são realizados” (1890, vol 1, p. 114) p 257<br /><br />Ações habituais são aquelas que fazemos com mínima consciência; os padrões de hábito impedem novo aprendizado. P 258<br /><br />Seja sistematicamente heróico em pequenas coisas desnecessárias, faça algo todo dia só pela dificuldade, de modo que, quando a hora de terrível necessidade chegar, você não esteja abatido e destreinado para suportar o teste. P 258<br /><br />Por exemplo, quando ele abordava a relação do um com o todo, ele dizia que a maior contribuição que cada indivíduo poderia dar à comunidade mais ampla era a de fazer o máximo possível para realizar seu potencial pessoal. P 260<br /><br />Emoções. (...). James diz que percebemos uma situação em que ocorre uma reação física instintual, e depois tomamos consciência de uma emoção (por exemplo, tristeza, alegria, surpresa). A emoção se baseia no reconhecimento dos sentimentos físicos, e não da situação inicial. P 260<br /><br />Nossa emoções baseiam em nossas reações físicas e em nossa percepção da situação, não apenas em nossas sensações físicas. P 261<br />Desapego às emoções. James era da opinião de que equilíbrio entre desprendimento e expressão de sentimentos é o melhor para o organismo. P 261-262<br /><br />“Idéias verdadeiras são aquelas que podemos assimilar, validar, corroborar e comprovar. P 262<br /><br />Temos a cabeça cheia de conceitos abstratos, palavrórios e verbosidade [...]. As peculiares fontes de alegria ligadas a nossas funções mais simples muitas vezes se esgotam, e nos tornamos completamente cegos e insensíveis às coisas boas e às alegrias mais elementares e gerais da vida. (1899ª, p. 126) p 263<br /><br />A responsabilidade fundamental do professor é incentivar o aluno a aumentar sua capacidade de manter a atenção. Manter a atenção em um único assunto ou idéia não é um estado natural para crianças ou adultos. P 265<br /><br />Para auxiliar os professores, James oferece algumas sugestões. Primeiro, deve-se fazer com que o conteúdo da educação tenha, ou pareça ter, relação com as necessidades dos alunos. Os alunos devem ter consciência das ligações entre o que estão aprendendo e suas próprias necessidades. P 265<br /><br />Em segundo lugar, talvez seja necessário enriquecer o assunto a fim de estimular o retorno da atenção dos alunos, pois “a atenção inevitavelmente se desvia de um assunto que não muda” (1899, p. 52) p 265<br /><br />Na esfera do pensamento, o que eu creio ser verdadeiro é verdadeiro ou torna-se verdadeiro. P 271<br /><br />Para compreender seu comportamento atual, investigar como os indivíduos percebem o universo pode ser tão vantajoso quanto investigar suas experiências de infância. P 273<br /><br />Hoje, existem amplas evidências experimentais para sugerir que algumas pessoas parecem ter mais do que uma personalidade; isto significa dizer que elas têm dentro de si muitas personalidades, cada uma com seu próprio nome, depósito de memórias e modo de pensar e se comportar. Até a idade e o gênero podem ser diferentes entre as personalidades. Casos extremos têm sido integralmente relatados pelas “próprias” pessoas (Casey, 1991; Chase, 1987) p 275<br /><br />A multiplicidade pode não ser absolutamente uma patologia, mas uma característica ligada à sobrevivência, um modo de funcionar com êxito em condições extremas. P 275</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-9448903830786418922008-12-31T10:39:00.001-02:002009-01-14T14:45:09.441-02:00LACAN<p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. A música da fala. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.<br /></span></strong><br />...o ser humano nasce para um mundo de relações e, desde o início, quando se relaciona com alguém, nunca mais será o mesmo. A partir do momento em que ocorre uma experiência emocional, todo relacionamento implica uma modificação de todos que nelas estão presentes. P 320<br /><br />O mecanismo da identificação projetiva está presente desde o nascimento e tem como base a fantasia de que certos aspectos do self estão situados fora dele, dentro do próprio objeto, de maneira que tenha a sensação de controlar o objeto desde dentro e que o projetor vivencie o objeto como parte dele mesmo. P 322<br /><br />O desenvolvimento do ego ocorre mediante a introjeção de objetos que, quando integrados, são assimilados dentro do ego e sentidos como pertencentes a ele, sendo, em grande parte, também estruturado por esses objetos. P 322<br /><br />Segundo a teoria Kleiniana, os fenômenos transferenciais são concebidos como externalização, no presente, do mundo interno. “Os neurótico já não são considerados seres que 'sofrem de reminiscências', mas pessoas que vivem no passado, representando pelas qualidades do presente imediato do mundo interno”, diz Meltzer. P 324<br /><br />Ela descreveu o desenvolvimento do psiquismo como uma elaboração do conflito entre os impulsos de vida e de morte, com as pulsões de vida prevalecendo gradualmente sobre as destrutivas. Para ela, o conflito entre as pulsões de vida e pulsões de morte é o motor de todo o acontecer psíquico. P 327<br /><br />Melanie Klein descreveu como os impulsos agressivos podem ser um instrumento para lidar com o desamparo que todo ser humano enfrenta no início da vida. P 328<br /><br />Melanie Klein humanizou a psicanálise. Mostrou que é a emoção que dá significado e cor às experiências de vida. (...) os seres humanos vivem duas realidades, a externa e a interna, evidenciou quão necessário é o sentido da realidade psíquica, que seria a pessoa reconhecer e assumir responsabilidades pelos próprios impulsos e pelo estado de organização de sua mente. P 328<br /><br /><br /><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. A estrutura do psiquismo. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.</span></strong><br /><br />O homem não se relaciona sempre com alguém de sexo oposto; ele não visa necessariamente o prazer sexual sem sofrimento; a sexualidade não precisa se expressar por meio dos genitais, mas pode ser praticada por meio de outras partes do corpo, adornos ou adereços; seu início não ocorre numa idade ou situação predeterminada; a sexualidade sequer tem de ocorrer na relação ou na presença de um outro ser humano, podendo se dar com animais, objetos ou mesmo com o próprio corpo e imaginação. P 335<br /><br /><br />É em nome desses desvios que Freud falou em pulsão sexual (sempre variável, portanto exercida de formas parciais) e não em instinto (padrão de comportamento próprio de cada espécie animal). A libido é o que penetra, percorre e marca o corpo, sinalizando-o pela premência de ser satisfeito. P 335<br /><br />O desejo é sempre de outra coisa, que não complementa a imagem e não satisfaz as pulsões – o desejo pressupõe a falta. P 336<br /><br />...as palavras de certo modo substituem e mantêm um tanto distante o inevitável horror que o limite da vida reserva a cada um. São elas que tornam simbolicamente suportável o vazio inevitável da falta, isto é, são elas que tentam fixar a pulsão a um representante, dando-lhe direção. P 338<br /><br />...na sua fala, tropeça numa palavra, ou a troca por outra sem perceber, ou utiliza uma expressão que, por ter mais de um significado, produz no interlocutor uma impressão diferente da que tentara transmitir, eis aí o inconsciente em ação. P 347<br /><br />A linguagem é a condição do inconsciente. O inconsciente é o discurso do Outro. O desejo do homem é o desejo do Outro. P 347<br /><br />O século XX acabou e, na alvorada do terceiro milênio, o inconsciente se encontra sob fogo cruzado, atacado pelo capitalismo predatório, o mal-estar na cultura, a sociedade depressiva, as religiões totalitárias, o consumismo gozoso e o discurso da ciência, mais cego do que nunca. Lacan disse, alguma vez, que a psicanálise era um sintoma da civilização e que chegaria um dia em que essa última se curaria dela. Paranóia ou profecia ? p 349</span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;"></span></strong></span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">COSTA PINTO, Manoel da. A psicose como paradigma. In: O Livro de ouro da psicanálise. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007, 540 p.</span></strong><br /><br />O pós-moderno se mostra na desestruturação dos saberes estabelecidos, no anonimato do modo de vida atual, produzindo laços sociais desarrumados e uma individuação extremada. P 350<br /><br />O sujeito, vivendo em uma civilização condicionada pelo discurso da ciência e pela globalização do capitalismo, marcado pela ausência de ideais, corresponde ao fenômeno moderno da desaparição dos valores. Só há uma coisa que vale: a lei do mercado. O mestre contemporâneo é o mercado. P 351<br /><br />Neste contexto, pode-se falar num sintoma moderno no qual o sujeito procura sua completude no consumo de objetos. P 352<br /><br />Prescrever remédios ou promover o acesso a uma verdade é a causa do sofrimento? Pergunta que aponta para uma ética – porém não uma ética dos filósofos, mas uma ética da psicanálise, sugerida por Lacan nos seguintes termos: “Uma ética se anuncia, convertida ao silêncio pelo advento não do pavor, mas do desejo.” (Escritos) p 352<br /><br />...para Lacan (como para os gregos), a loucura e todo o conhecimento humano também teriam origem no que é exterior ao sujeito; porém, no caso da visão que Lacan tinha dela, à diferença dos gregos, este exterior não seria constituído pela vontade dos deuses, mas seria o que é exterior ao conhecimento que o sujeito tem de si mesmo, numa referência ao inconsciente. P 355<br /><br />O fenômeno da loucura é inseparável da subjetividade, “através do qual penso mostra-lhes que ela faz o ser mesmo do homem”. [...]. E o ser do homem não somente não poderia ser compreendido sem a loucura, como não seria do homem se, em si, não trouxesse a loucura como o limite da liberdade.” P 357<br /><br />O louco é o verdaeiro homem livre, pois não precisa de outro, não precisa do semelhante para buscar a causa de seu desejo. P 359<br /><br />O caso Aimée – investigado por Lacan na sua tese em psiquiatria com o rótulo de paranóia – consistia numa loucura de amor mortal por uma atriz de teatro que era como ela queria ser. Amor então por si mesma, amor pelo ideal que a atriz representava e que, ao mesmo tempo, marcava o que ela, Aimée, não era. [...]. A diferença que faz esta loucura ser adjetivada paranóica estaria no fato de ela procurar esta completude de si no corpo do Outro destruído, fazendo disto signo de união do seu próprio corpo. O paranóico precisa de sua vítima, testemunha p 359</span></p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span> </p><p><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#ff0000;"><strong>BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A construção da pessoa em Wallon e a constituição do sujeito em Lacan. Petrópolis: Editora Vozes, 2003, 152p</strong></span></p><p><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">(sobre o pensamento de Lacan) ....A razão de ser da constituição passa a ser procurada nas relações do sujeito consigo mesmo, do sujeito como um outro, dele com sua exterioridade. A atividade diante do espelho toma um sentido de uma pesquisa de si feita pela própria criança. (...). É por meio da imagem que o sujeito vai se constituir. P 93<br /><br />(para Lacan) .... A criança não projeta no espelho a sua imagem, e o que ela vai introjetar é a imagem que a própria família construiu para ela. Com isso quero dizer que o que vai ser determinante na imagem especular é o seu caráter ilusório, falso, contornado pelos desejos e ideais alheios. É essa identidade alienante que marcará o psiquismo da criança, na medida em que ela vai ocupar o lugar do desejo dos pais e ao introjetar a imagem especular, ela passa a assumi-la como se fosse sua. P 103<br /><br />____________________________________<br />Penso que a psicanálise pode subsidiar a Educação, ampliando a visão do educador sobre os processos psíquicos, alertando-o para uma nova e revolucionária dimensão do sujeito humano, que é o inconsciente, o lugar no qual se produz um sentido mesmo sem sabê-lo. P 119<br /><br />Uma situação bem comum nas escolas é aquela em que as crianças buscam repetidas vezes sair da sala para fazer xixi, como uma forma de escapar da monotonia das atividades e buscar prazer em outra coisa. Os professores, por sua vez, constatam o fato mas não admitem, e nem sequer tentam compreender, o que acontece na sala de aula que faz com que as crianças queiram sair a toda hora. P 120<br /><br />Os adultos tentam interpretar as ações das crianças e tecem para elas uma série de expectativas e desejos. As crianças, por outro lado, jogam com essas imagens e acabam ficando capturadas por elas, acreditando que são o que os pais, os educadores, pensam sobre elas. P 120<br /><br />Os educadores acreditam que, por terem um conhecimento teórico sobre as crianças, é possível conhecê-las e saber como pensam. Isso é um engano, pois cada criança tem sua singularidade própria, um jeito diferente de lidar com esse jogo de expectativas e de desejos. É por este motivo que é fundamental resgatar a palavra da criança, para possibilitar que ela venha a ser mais sujeito do que objeto. P 121<br /><br />Lacan critica a Pedagogia e a Psicologia, pois acreditam no saber completo e total, no saber universal, diferente da Psicanálise, que reconhece que o saber é incompleto e que é tecido a partir da linguagem e da fala. P 121<br /><br />Tanto a família como os educadores “jogam” suas expectativas em cima das crianças, que precisam ter chance de escapar desse aprisionamento, ou mesmo da classificação dos estágios de desenvolvimento, para assim poderem ter uma fala própria. P 121<br /><br />A mesma criança “boazinha” precisa ter espaço para poder ser diferente, expressar um desagrado pela professora ou pela atividade sem deixar de ser reconhecida, mas em um lugar diferenciado. Ou mesmo o aluno que sempre faz bagunça, atrapalha os colegas, não se concentra, precisa ser ouvido, ter novas oportunidades para agir e se expressar de forma diferente, e não ficar rotulado como “o aluno chato que só atrapalha”. P 121-122<br /><br />É importante demarcar que o educador deve respeitar as escolhas das crianças sobre suas ações, sobre as parcerias que procura estabelecer, ou não; e até pelo seu silêncio, que não deixa de ser uma forma de expressão. As interações são fundamentais, mas é necessário que a criança possa optar por ficar sozinha e desenvolver suas próprias ações, observações, ou um distanciamento momentâneo dos outros. P 123</span></p>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-57868356718590945872008-12-31T10:38:00.000-02:002008-12-31T10:39:28.650-02:00B. F. SKINNER<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER Robert. B. F. Skinner e o behaviorismo radical. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição</span></strong><br /><br />Em 1938, Skinner publicou The behavior of organisms, no qual descrevia suas próprias experiências na modificação do comportamento de animais em condições laboratoriais. P 287<br /><br />A idéia de que os estudos com animais poderiam elucidar o comportamento humano surgiu como um resultado indireto da pesquisa de Darwin e o subseqüente desenvolvimento das teorias evolucionistas. Muitos psicólogos, inclusive Skinner, supunham que os humanos não são diferentes dos outros animais. P 289<br /><br />Do ponto de vista behaviorista, a psicologia é um ramo inteiramente objetivo da ciência natural. Seu objetivo é a previsão e o controle do comportamento. P 289<br /><br />O fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936) realizou o primeiro trabalho importante na área do condicionamento comportamental (1927). Sua pesquisa demonstrou que funções autônomas poderiam ser condicionadas. Ele mostrou que a salivação pode ser evocada por um estímulo que não seja o alimento, como, por exemplo, pelo som de uma campainha. P 289-290<br /><br />Uma resposta individual se baseia nas experiências anteriores e na história genética. P 291<br /><br />Liberdade. Skinner sugere que o sentimento de liberdade não é realmente liberdade; mais ainda, acredita que as formas mais repressivas de controle são aquelas que reforçam o sentimento de liberdade, tais como a “liberdade” dos eleitores de escolher os candidatos cujas posições são extremamente semelhantes. P 292<br /><br />O homem autônomo. O homem autônomo é uma ficção explanatória descrita por Skinner como um agente interno, uma pessoa interior, que é controlada por vagas forças internas independentes das conexões comportamentais. P 292<br /><br />Vontade. Skinner considera a noção de vontade confusa e irrealista. Para ele, vontade, livre arbítrio, e força de vontade não passam de ficções explanatórias. P 293<br /><br />Davison e Valins (1969, p. 33) demonstraram que “se uma pessoa entende que uma mudança em seu comportamento depende totalmente de recompensas ou punição externa, (...). p 293<br /><br />Skinner é polêmico não tanto por sua visão de que o homem é uma máquina muito superior, mas por suas opiniões sobre o que opera essa máquina [...]. Skinner rejeita toda a bagagem da consciência, todos os sentimentos, todos os motivos e todas as intenções como, na melhor das hipóteses, subprodutos. (Cohen, 1977) p 293<br /><br />O condicionamento pode ocorrer e realmente ocorre sem percepção consciente. Numerosas demonstrações indicam que o que percebemos depende, em grande medida, de nossas percepções passadas, que foram parcialmente condicionadas. P 294<br /><br />Reforço. Um reforço é qualquer estímulo que segue a ocorrência de uma resposta e aumenta a probabilidade daquela resposta. P 295<br /><br />Crescimento para Skinner significa a capacidade de minimizar as condições adversas e aumentar o controle benéfico de nosso ambiente. Pelo esclarecimento de nosso pensamento, podemos fazer melhor uso das ferramentas disponíveis para prever, manter e controlar nosso próprio comportamento. P 297<br /><br />Ignorância. Skinner define ignorância como falta de conhecimento sobre o que causa um dado comportamento. O primeiro passo na superação da ignorância é reconhecê-la; o segundo é mudar os comportamentos que mantiveram a ignorância. P 297<br /><br />Descrições precisas do comportamento nos ajudam a fazer previsões precisas de futuros comportamentos e aperfeiçoar a análise dos reforços que levaram ao comportamento. O comportamento não é aleatório nem arbitrário, e sim um processo proposital que pode ser descrito considerando-se o ambiente em que o comportamento está inserido. P 298<br /><br />Skinner conclui que, embora a punição possa ser usada brevemente para suprimir um comportamento, é altamente indesejável ou poderia causar danos ou morte. Uma abordagem mais útil é estabelecer uma situação em que um comportamento novo, concorrente e mais benéfico, pode ser aprendido e reforçado. P 299<br /><br />Em uma conversa, você diz alguma coisa, e então você recebe um retorno. O retorno que você recebe, contudo, se baseia não apenas no que você disse, mas também em como a outra pessoa se comportou depois de ouvi-lo. P 300<br /><br />Não é o que aconteceu a você que importa, e sim se você recebeu uma recompensa para perceber. P 302<br /><br />Da posição do behaviorista, o objetivo da terapia deve ser modificar o formato ou ordem dos comportamentos – ou seja, impedir a reincidência que comportamentos indesejáveis ocorram com mais freqüência. P 302</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9057225847596691213.post-40078169243156898862008-12-31T10:37:00.000-02:002008-12-31T10:37:31.957-02:00GEORGE KELLY<span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span><br /><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong><span style="color:#ff0000;">FADIMAN, James e FRAGER. George Kelly e a psicologia do construto pessoal. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição<br /></span></strong><br />A teoria do construto pessoal aborda a compreensão dos outros pela tentativa de entrar em seu mundo. P 325<br /><br />A teoria do construto pessoal permite que toda pessoa forneça o conteúdo de sua vida... p 325<br /><br />A sólida posição de Kelly na psicologia humanística é adquirida por meio de sua formulação central de que as pessoas são sempre capazes de reinventar a si mesmas. Para Kelly, a realidade é flexível; existe convite, criatividade e renovação. P 328<br /><br />A realidade não é tão dura quanto pensamos depois que encontramos maneiras de liberá-la um pouco. As pessoas podem reinterpretar a realidade. (...). Kelly propõe uma concepção das pessoas em constante processo de mudança... p 328<br /><br />Nas palavras de Kelly: “Os homens mudam as coisas primeiro mudando a si mesmos e só atingem seus objetivos se pagarem o preço de mudarem a si mesmos. P 330<br /><br />...o próprio mundo está “em processo”. Ele está constantemente mudando, de modo que uma compreensão adequada do mundo requer uma contínua reinterpretação dele. P 331<br /><br />Uma compreensão adequada requer mudança constante. P 331<br /><br />Considera-se que a pessoa está sempre em transformação e dirigindo-se em determinada direção. P 332<br /><br />A cada momento a pessoa é entendida como um sistema de algum tamanho mais ou menos definido. Contudo, isso não informa nada, necessariamente, sobre o que a pessoa é capaz de vir a ser no futuro. P 332<br /><br />Na verdade, os sistemas de construto orientam-se em direção ao futuro. A pessoa é vista em sua antecipação do que virá depois – toma o que aconteceu antes e usa o momento presente para alcançar a compreensão do que irá acontecer no próximo momento, dia ou ano. P 332<br /><br />O processo envolve a antecipação de eventos de tal forma que se obtém alguma previsão em relação a como as coisas são e que forma deveriam tomar... p 332<br /><br />A pessoa atenta para os temas conhecidos que se repetem e depois utiliza isso para compreender a natureza do mundo à medida que avança para o futuro. P 332<br /><br />...a pessoa é psicologicamente compreendida através de seu próprio conjunto de construtos pessoais, que estão continuamente em movimento. Tanto a pessoa quanto seu ambiente são vistos como em perpétuo movimento e transformação. Para a pessoa que é vista “em processo” contínuo, o problema de importância psicológica é entender a direção que ele toma. P 333<br /><br />A escolha é feita na direção que, na visão da pessoa, oferece mais possibilidade de crescimento e desenvolvimento total de seu sistema de construto. P 334<br /><br />A escolha é feita na direção em que a pessoa vê suas maiores possibilidades. (...). A escolha é uma decisão pessoal que é o passo inicial para a pessoa ter algum impacto no mundo. Esse sentimento reflete as seguintes afirmações: “o homem toma decisões que inicialmente afetam a si próprio e que afetam os outros objetos somente depois – e mesmo assim, somente se ele consegue agir de modo eficaz [...]. p 334<br /><br />É suficiente simplesmente apontar para o fato de que a pessoa deve antecipar os eventos e depois investir-se de maneira pessoal para que o sistema progrida. P 335<br /><br />A psicologia do construto pessoal afirma explicitamente que nossas construções do mundo determinam nossas experiências com o mundo. Uma implicação concreta dessa afirmação é que, na medida em que as pessoas interpretam a si mesmas (ou a seus problemas) como imutáveis, as perspectivas de crescimento terapêutico são limitadas. P 346<br /><br />Em anos mais recentes, o trabalho de Kelly tem sido mais prontamente associado ao construtivismo, uma série de abordagens psicológicas que enfatizam o papel central que os seres humanos desempenham na construção e vivência de acordo com seus significados psicológicos pessoais. P 348</span>TENENTE MENEZEShttp://www.blogger.com/profile/04264701838642619034noreply@blogger.com