domingo, 22 de agosto de 2010

Cérebro de introvertidos mostra os motivos de seu isolamento

Jornal do Brasil / Terra - Análises do cérebro de pessoas introvertidas podem explicar o porquê delas preferirem se isolar do convívio social, segundo estudo de pesquisadores do Instituto Salk de Ciências Biológicas, da Califórnia, Estados Unidos. A pesquisa foi apresentada na Convenção Anual da Associação de Psicologia dos EUA. As informações são do site LiveScience.

O estudo mostra que o cérebro dos introvertidos parece não distinguir objetos inanimados e faces humanas. Já o cérebro de pessoas extrovetidas presta mais atenção nas expressões do rosto humano e isso traz mais compreensão de sentimentos e percepção sobre como a pessoa é. O objetivo é ajudar a descobrir as escolhas de pessoas mais tímidas, como evitar conviver com outras pessoas e preferir ler um livro, por exemplo, nos casos mais extremos de introversão.

A questão da personalidade é abordada no estudo na busca da compreensão da possibilidade de que diferenças neurológicas no cérebro podem mudar o indivíduo e suas atitudes. "É mais um passo para provar que personalidade não é uma questão apenas psicológica", afirmou ao LiveScience Inna Fishman, pesquisadora do Instituto.

Pesquisas anteriores haviam mostrado que pessoas extrovertidas tendem a aceitar mais desafios, experiências novas e ter mais sentimentos positivos. Porém, nenhum estudo havia descoberto o motivo de extrovertidos perceberem quem é seu igual por observação de expressão.

28 pessoas foram analisadas. Dentre elas, personalidades que variavam de introvetidos até muito extrovertidos. As atividades cerebrais de cada um foram gravadas por um técnica conhecida por Eletroencefalografia, com eletrodos colocados nas cabeças dos participantes. Depois, foram analisadas mudanças nas atividades cerebrais conhecidas como P300. Tais atividades podem ser percebidas em mudanças repentinas nas atividades que exigem percepção.

Para conseguir estudar as diferenças no P300, foram mostradas séries de imagens idênticas com entrada repentina de uma imagem diferente. Em determinado momento, foram usadas faces de homens, com a face de uma mulher aparecendo repentinamente. Logo após, imagens de flores amarelas, mudando para um flor roxa. Os extrovertidos reagiam à mudança de rosto mais facilmente. Já os introvetidos agiam da mesma maneira tanto com humanos, tanto com flores, com certa indiferença.

"Isso mostra como introvertidos podem não ligar para relações pessoais. Agem como se nada tivesse mudado, não reparam em mudanças nas expressões humanas. O cérebro de um introvertido age da mesma maneira para com interações entre humanos e entre um humano e um objeto", completou Fishman.

FONTE: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/08/22/e220810047.asp